Os apelos à Cáritas aumentaram 40,7 por cento no primeiro semestre de 2009, em total 250 mil novas pessoas, com respeito ao ano anterior, pedindo principalmente mantimentos, com 58 por cento mais de petições de ajuda, segundo o III Relatório do Observatório da Realidade da Cáritas, que se apresentou junto com a memória correspondente ao ano 2008.

As ajudas econômicas da Cáritas também aumentaram 44,9 por cento para moradia, por problemas de dívida de hipotecas, dívidas de aluguéis e recibos de fornecimentos. E, segundo o relatório, "a dureza das condições de acesso para a compra, provocou aglomerações severas".

A coordenadora da Área de Análise Social e Desenvolvimento, Ana Abril Fernández, explicou que "a crise é uma das principais causa" e que esta "revelou novas formas de pobreza pois houve muita gente que foi pela primeira vez à Cáritas afetada principalmente pelo desemprego".

O perfil: jovens e o desemprego

Neste sentido, também variou o perfil dos demandantes de ajuda e os principais são os jovens parados em busca do primeiro emprego,os desempregados de mais de 45 anos, os desempregados procedentes da construção, a hotelaria e a indústria, as famílias jovens com crianças pequenas, as mulheres sozinhas com cargas familiares e os homens divorciados.

Além disso, Ana Abril destacou a situação dos imigrantes, que "enfrentam problemas como o endurecimento das condições administrativas, quando são direitos fundamentais", e assinalou que "não se está dando um número importante de retornos através dos programas do Governo, mas sim a título pessoal, devido às condições que se estabelecem e aos longos tempos de espera".

Quanto à memória de 2008, o presidente da Cáritas Espanha, Rafael del Río Sandino, indicou que "contam com quase 57.000 voluntários, que aumentaram com respeito a 2007 e com 4.621 pessoas contratadas", ao tempo que destacou que "nesse ano sua ajuda chegou a 1,28 milhões de euros para pessoas necessitadas na Espanha e a 7,82 milhões de euros fora do país". Além disso, apontaram que os recursos investidos alcançaram os 216,91 milhões de euros, o que supõe um incremento de 8 por cento com relação ao exercício de 2007.

O maior investimento, procedente em 61,7 por cento dos recursos privados e o resto de recursos públicos, destinou-se à ajuda aos anciãos, seguidos da acolhida e atenção primária, a cooperação internacional, e as ajudas ao emprego e à inserção trabalhista, conforme indicaram.

O diretor Geral da Cáritas Espanhola, José Luis Pérez Larios, destacou que 2008 foi o ano em que mais pessoas atendeu a organização em sua história, e também se referiu à crise e assinalou que "embora comecem a aparecer brotos verdes, vai demorar muito tempo em chegar aos coletivos aos que a Cáritas atende".