O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Jorge Ortiga, criticou esta Segunda-feira, em Fátima, o que classificou como uma “verdadeira campanha ideológica” que pretende a legalização das uniões homossexuais e que já levou à “banalização” do aborto, informaram fontes da agência Ecclesia e do santuário de Fátima, em Portugal através dos seus respectivos web sites.

No discurso inaugural da assembléia plenária da CEP, que decorre até ao próximo dia 12, o Arcebispo de Braga manifestou a sua discordância quando “as uniões homossexuais pretendem apresentar-se com estatuto idêntico à família”.

“Determinadas concepções de igualdade pretendem sublinhar a diferença natural entre homem e mulher como irrelevante e propõem a uniformidade de todos os indivíduos como se fossem sexualmente indiferenciados, com a conseqüência inevitável de considerar os comportamentos e orientações sexuais equivalentes”, indicou D. Jorge Ortiga quem considera que a prioridade governativa deve ser a inversão da atual situação social.

Para este responsável, “continua a infiltrar se, em muitos casos de uma maneira camuflada, a ‘teoria do gênero’, como verdadeira ideologia apostada em redefinir a família, a relação matrimonial, a procriação e a adoção”. O Arcebispo de Braga disse mesmo que, por causa das conseqüências desta ideologia, “a violência doméstica prolifera e o desencanto familiar multiplica-se”.

D. Jorge Ortiga criticou a banalização do aborto, “com orientações legais que desrespeitam o valor indiscutível da vida e assim o decréscimo da natalidade atinge níveis preocupantes, motivados por interpretações egoístas do dom da sexualidade”.

Sem nunca se referir à questão da educação sexual nas escolas, este responsável lamentou também “algumas coordenadas do ensino em Portugal”, defendendo que “seja respeitada e legislada claramente a liberdade de opção dos pais sobre a educação dos seus filhos. O ensino não pode ser estatizado em absoluto, de uma forma sub-reptícia e compulsiva, como parece ser essa a vontade de muitas políticas pseudoeducativas”, alerta.

O presidente da CEP declarou que “o papel da Igreja será sempre de proposta e defesa da dignidade humana, independentemente da ideologia ou crença religiosa dos indivíduos, aliando o respeito com a coragem”, conclui o prelado português.

Em tempo de mudança governamental, D. Jorge Ortiga assinalou que “a atenção à família determina o conteúdo das prioridades a considerar pelas instâncias governativas”.

Para o presidente da CEP, “esta é a prioridade das prioridades” e “só uma convergência que não admite distrações permite uma sociedade justa e fraterna”, concluindo a nota divulgada pela agência Ecclesia.