Ao receber este meio-dia os participantes do Congresso mundial da Pastoral para os Migrantes e Refugiados, que se celebra até o dia 12 de novembro, o Papa Bento XVI ressaltou que os Migrantes são "um 'recurso' que devemos que saber valorar oportunamente para o caminho da humanidade e para seu autêntico desenvolvimento".

Em seu discurso aos participantes do congresso que leva como tema "Uma resposta pastoral ao fenômeno migratório na era da globalização" e que se celebra no Vaticano, o Santo Padre explicou que o fenômeno migratório "assumiu uma importância muito grande" em nossos dias, o Santo Padre afirmou que "cada vez é maior a diferença econômica entre países pobres e industrializados".

Muitas pessoas, continuou, "se vêem obrigadas a abandonar suas próprias terras e suas comunidades de origem; estão dispostos a aceitar trabalhos em condições que não estão de acordo com a dignidade humana".

Bento XVI sublinhou que "tantos migrantes abandonam seus países para fugir de condições de vida humanamente inaceitáveis e no entanto, não encontram a acolhida que esperavam ali onde se dirigem. Diante de situações tão complexas, como não refletir sobre as conseqüências de uma sociedade apoiada fundamentalmente no mero desenvolvimento material?".

"O desenvolvimento autêntico tem sempre um caráter solidário. É necessário dar respostas adequadas às grandes mudanças sociais em curso, tendo claro que não pode existir um desenvolvimento efetivo se não se favorece o encontro entre os povos, o diálogo entre as culturas e o respeito das legítimas diferenças", prosseguiu.

O Papa se perguntou por que "não considerar nesta óptica o atual fenômeno mundial migratório como condição favorável para a compreensão entre os povos e para a construção da paz e de um desenvolvimento que interesse a cada nação?".

"As migrações convidam a fazer insistência na unidade da família humana, no valor da acolhida, da hospitalidade e do amor pelo próximo", disse logo.

Por isso, concluiu, "a Igreja convida aos fiéis a abrirem o coração aos Migrantes e às suas famílias, sabendo que não só estes não são um 'problema' senão um 'recurso' que se deve saber valorar oportunamente para o caminho da humanidade e para seu autêntico desenvolvimento".