Foi inaugurada hoje, no Vaticano, a semana de estudos promovida pela Pontifícia Academia das Ciências dedicada à ‘Astrobiologia’, matéria com a qual a Academia se associa às manifestações internacionais promovidas em 2009, o Ano da Astronomia, informou hoje a Rádio Vaticano.

A ‘Astrobiologia’ é o estudo científico da vida no universo. Os astrobiólogos pesquisam como a vida surgiu e se desenvolveu na Terra, o que a governa, o modo como a vida é organizada e o que torna a Terra um planeta habitável. A astrobiologia é uma ciência multidisciplinar: combina a biologia, a química, a física, a geologia e a astronomia, explica a nota publicada por RV.

Especialistas destas diversas disciplinas vão compartilhar resultados de suas pesquisas e oferecer uma perspectiva mais ampla sobre a incidência destes em outras áreas da astrobiologia.

Em entrevista cedida à Radio Vaticano o Pe. José Gabriel Funes, Diretor do Observatório Vaticano dedicou algumas palavras para explicar a finalidade do evento e da astrobiologia afirmando que o objetivo desta disciplina "é buscar possibilidades de vida no universo, fora da Terra", afirmou.  

Nas palavras do sacerdote o objeto da astrobiologia “é a pesquisa sobre a possibilidade de vida tanto em nosso sistema solar – nos lugares mais próximos do universo – quanto em outros sistemas estelares.
Até então sabemos que existem cerca de 350 estrelas que têm planetas que giram em torno delas; entre esses planetas alguns poderiam ser parecidos ao nosso".

Com respeito à questão da existência "inteligência extraterrestre", o sacerdote esclareceu que “existem programas destinados à busca de vida fora da Terra – obviamente, estamos falando de vida inteligente. Entretanto o Pe. Funes ressaltou que “não temos nenhuma prova da existência de vida, nem mesmo nas formas mais primitivas, no universo. Existem programas sérios, entre os quais o mais conhecido é o que busca "capturar" – por assim dizer – possíveis sinais de uma civilização mais desenvolvida do que a nossa. Isso tem como premissa que essas civilizações sejam desenvolvidas, tenham uma tecnologia ao menos análoga à nossa e que sejam capazes de emitir sinais. Até então não há nenhum resultado que possa nos induzir a crer que exista vida inteligente fora da Terra", concluiu.

Finalmente o Pe. José Funes afirmou que o objetivo da Semana de Estudos  é “fazer uma avaliação da situação numa disciplina em que consideramos ser muito importante que a Igreja esteja envolvida, ao menos acompanhando os principais resultados reconhecidos pela comunidade científica”.
Durante o evento serão apresentados os últimos resultados para ajudar os astrônomos e cientistas a entenderem melhor a que ponto se encontram os estudo sobre a vida no universo, conclui a nota da Rádio Vaticano.