Por um voto, a Comissão Especial Revisora do Código Penal rejeitou reconsiderar sua proposta para despenalizar o aborto por violação e má formações no país. A polêmica decisão, que se faz surda ao pedido da maioria dos peruanos, seguirá nos próximos meses um trâmite regular no Parlamento, onde os congressistas poderiam bloquear a iniciativa abortista.

Embora a mencionada comissão estava acostumada fazer a sessão com seis representantes em média, a reunião de hoje contou com a assistência de doze membros.

Os seis comissionados que votaram para não reconsiderar a proposta abortista foram os representantes do Poder Judicial Robinson Gonzáles e Víctor Prado Saldarriaga; a representante da Junta de Decanos dos Colégios de Advogados do Peru e proclamada abortista, Rosa Mavila León; o  representante da Assembléia Nacional de Reitores, Juan Ramos; o congressista do governante APRA, José Vargas, e o congressista nacionalista Cayo Galindo.

Os que respaldaram o pedido de reconsideração foram as representantes do Ministério de Justiça Fernanda Ayasta Nassif e Carmen Rivera; o representante da Junta de Decanos dos Colégios de Advogados do Peru, Arsenio Oré Guarda; o representante do Ministério Público, Pablo Sánchez; e o congressista Carlos Torres Caro, presidente do grupo de trabalho.

A representante da Defensoria do Povo, Gisella Vignolo, absteve-se de votar.

Vegetais e bebês

Torres Caro chamou a atenção sobre o voto do congressista Vargas, quem apesar de representar à bancada partidária oficialista –cujos Ministros expressaram o rechaço ao aborto do Governo- votou a título pessoal a favor de que se despenalize o aborto.

Nos dias prévios, Vargas declarou a uma emissora de rádio estar a favor do aborto eugênico e chamou hipócritas os que defendem a vida do concebido. “Ninguém defende a vida de forma irrestrita porque, por exemplo, um vegetal é uma vida e não se deveriam comer saladas”, afirmou para surpresa da audiência.

Violência na manifestação

Organizações civis convocaram um plantão em frente ao Congresso para o meio-dia de hoje, à mesma hora da sessão da comissão. Estima-se que ao menos 500 pessoas responderam à convocatória apesar de ser um dia normal de trabalho. As feministas congregaram a pouco mais de cem ativistas anti-vida em sua contra-manifestação.

Nas proximidades do Parlamento se viveram momentos de tensão quando alguns manifestantes abortistas enfrentaram os cidadãos que foram defender os não nascidos.

A polícia teve que intervir com o uso de gases para parar uma briga, depois que um homem alinhado com as feministas que chegaram ao lugar, agrediu umas religiosas e outras mães de família que integravam o nutrido grupo pró-vida.

Os Pró-vida levavam cartazes com lemas como “Sim à vida e não ao aborto”, “Os não nascidos também têm direitos humanos” e mostravam imagens de bebês abortados. O bando abortista deixou claro que a intenção do grupo é que se liberalize todo tipo de abortos e não deixou de vociferar insultos contra a Igreja e suas autoridades.