A porta-voz do grupo Direito a Viver desafiou a primeira vice-presidenta do Governo, María Teresa Fernández de la Vega, a ser conseqüente com os comentários que ofereceu em uma emissora de rádio local e retirar o projeto de lei do aborto que segundo a funcionária fraturou a sociedade espanhola.

Em uma entrevista concedida à cadeia COPE, Fernández de La Vega sustentou que o começo da vida humana é uma questão controvertida, "um debate moral e científico que eu respeito", para logo reconhecer que "a sociedade está fraturada em 50 por cento" pelo projeto de lei de aborto livre.

A vice-presidenta além disso justificou a iniciativa afirmando que se necessita "estabelecer maiores garantias, maior segurança às mulheres, aos profissionais", assim como equiparar a legislação espanhola sobre o aborto a dos países do entorno europeu.

Entretanto, Gádor Jóia precisou à vice-presidenta que "não há nenhum debate científico sobre o começo da vida, mas sim, ao contrário, é um fato sem discussão, unanimemente reconhecido pela Comunidade Científica, que a vida humana individual começa no momento da concepção".

Jóia lamentou "que a vice-presidenta fale de garantias jurídicas, quando o bem jurídico da vida do filho vai ficar a mercê da vontade da mãe e dos interesses da indústria abortista durante as primeiras quatorze semanas. Só haverá mais segurança para os empresários do aborto, mas o filho e a mãe ficarão mais desprotegidos que nunca".

Além disso, a porta-voz negou que o projeto iguale a legislação espanhola à européia porque "o projeto abortista do senhor Zapatero (Presidente da Espanha) é o mais radical e violento da Europa".

"Postos a comparar, o Governo poderia ter equiparado a Espanha com o resto da Europa em políticas de apoio à natalidade e em ajudas para que as mulheres possam exercer seu direito a serem mães, mas optou, em troca, pelo projeto abortista mais extremo e lesivo para o filho e a mãe", adicionou.