MADRI, 1 de out de 2009 às 12:14

A Conferência Episcopal Espanhola (CEE) fez uma chamada à participação na manifestação do próximo 17 de outubro contra o Anteprojeto de Lei do Aborto.

No marco da reunião da 214º Comissão Permanente, os prelados espanhóis consideram "legítima e conveniente tal convocatória e a participação na mesma".

Em roda de imprensa posterior à reunião dos prelados, o Secretário Geral do Episcopado, Dom Juan Antonio Martínez Caminho, explicou que a CEE "não dá normativas" –"não há indicações"– aos bispos sobre a assistência à dita marcha e assinalou que "veremos" se ele mesmo assistirá, mas que "não há problema" se não for, que isto dependerá de seus compromissos.

"Os fiéis leigos respondem adequadamente ao desafio exposto –de grande transcendência moral e social– fazendo uso de seu direito a manifestar-se pacificamente para expressar seu desacordo com a lei projetada, que supõe um sério retrocesso no amparo do direito à vida dos que vão nascer, um maior abandono das mães gestantes e um dano irreparável para o bem comum", sustentam os bispos.

Os bispos remetem a sua Declaração Atentar contra a vida dos que vão nascer, convertido em "direito", publicada pela Comissão Permanente em 17 de junho passado e recomendam vivamente a todos sua leitura e sua difusão, em especial, aos sacerdotes e a quantos compartilham a missão de ensinar na Igreja.

Os prelados qualificaram a lei de "injusta" e pediram orar pela vida humana incipiente "com insistência, para que o direito à vida dos que vão nascer seja adequadamente protegido por nossas leis" e remeteram às sugestões da Subcomissão de Família e Vida acessíveis na página www.conferenciaepiscopal.es  e nas dioceses e as paróquias.

Dom Martínez Caminho insistiu em que "não é questão religiosa" o estar contra o aborto, que qualificou de "grave crime". "Um povo que mata os seus filhos é um povo sem futuro", asseverou.

Pacto pela educação

Os bispos também se mostraram a favor de um Pacto de Estado pela Educação.

"A Igreja deseja que se alcance um grande pacto social sobre a educação no qual, junto com as autoridades do Estado, encontrem-se presentes todos os setores sociais implicados: professores, pais de alunos, titulares de instituições educativas e a mesma Igreja. Isto é reclamado pela educação da juventude, tão essencial para o bem das pessoas e para o bem comum", assinalaram.

Por outra parte, a Comissão Episcopal do Clero apresentou aos bispos diversas iniciativas para celebrar o Ano Sacerdotal. Além disso, elaborou-se um rascunho de exposição sobre o exercício do Ministério sacerdotal na Espanha, que servirá à Assembléia Plenária de novembro para um diálogo e estudo da situação. O Ano Sacerdotal foi convocado pelo Papa Bento XVI com motivo do 150º aniversário do nascimento do Santo Cura D’Ars. Sua celebração começou no último 19 de junho e se prolongará até o 19 de junho de 2010.

Crise econômica

No contexto da encíclica Caritas in veritate, publicada pelo Papa Bento XVI o último 7 de julho, a Comissão Permanente tinha encarregado à Comissão Episcopal de Pastoral Social a elaboração de uma exposição sobre a crise econômica. Os trabalhos realizados passaram à reunião Plenária, em que poderia aprovar um documento sobre esta questão.

Por outro lado, os bispos aprovaram uma mensagem com motivo do 50º aniversário de Mãos Unidas, que será apresentada proximamente.