Na vídeo-mensagem enviada aos participantes na Cúpula da ONU sobre mudança climática, que se celebrou no dia 22 de setembro em Nova Iorque, o Papa Bento XVI reiterou que a "Igreja considera que os temas relativos ao meio ambiente e seu amparo estão intimamente relacionados com o desenvolvimento humano integral".

Na mensagem dada a conhecer hoje, o Pontífice explicou que "a terra é realmente um dom precioso do Criador, que ao desenhar sua ordem intrínseca nos proporcionou as diretrizes que nos ajudam a proteger a criação. Precisamente neste contexto, a Igreja considera que os temas relativos ao meio ambiente e seu amparo estão intimamente relacionados com o desenvolvimento humano integral".

"Em minha recente encíclica 'Caritas in veritate', referi a estas questões, recordando a 'urgente necessidade moral de uma renovada solidariedade' não só entre os países, mas também entre os indivíduos, dado que o ambiente natural é dado Por Deus a cada um, e seu uso supõe uma responsabilidade pessoal com toda a humanidade, especialmente com os pobres e com as gerações futuras", continuou.

Por isso, disse o Papa, "é muito importante que a comunidade internacional e cada governo dêem os sinais adequados aos seus cidadãos e consigam rebater formas perigosas de utilização do ambiente. Os que esgotam os recursos compartilhados devem reconhecê-lo claramente e carregar com os custos econômicos e sociais desse fato, que não devem recair sobre outros povos ou sobre as gerações futuras".

"O amparo do ambiente e a proteção dos recursos e do clima obriga a todos os responsáveis a unir seus esforços, respeitando a lei e promovendo a solidariedade com as regiões mais frágeis do mundo. Juntos – prossegue o Santo Padre – podemos construir um desenvolvimento humano integral do qual todos nos beneficiamos, hoje como no futuro. Um desenvolvimento – ressalta evocando a sua última encíclica – que seja "inspirado nos valores da caridade na verdade. Para isso é essencial que o modelo atual de desenvolvimento global se transforme mediante a toma de consciência de uma responsabilidade mais ampla e compartilhada com a criação: exigem-no não só fatores ambientais, mas também o escândalo da fome e a pobreza".

Finalmente o Papa Bento XVI convidou aos participantes na cúpula das Nações Unidas a confrontar o debate "de forma construtiva e com valor generoso. Todos estamos chamados a administrar responsavelmente a criação e a utilizar seus recursos de forma que cada ser humano e cada comunidade viva com dignidade e testemunhe 'a aliança entre os seres humanos e o ambiente, que deveria refletir o amor criador de Deus'".