O Arcebispo de Santiago, Cardeal Francisco Javier Errázuriz, animou os candidatos das próximas eleições presidenciais no Chile a dar a conhecer seus programas de governo, nos quais devem sobressair as políticas orientadas a defender a vida e a família, fundada no matrimônio entre um homem e uma mulher.

Na presença da Presidenta do Chile, Michelle Bachelet, e distintas autoridades civis e militares, o Cardeal disse na Catedral metropolitana de Santiago animou primeiro a uma "luta política de céus abertos, na qual os candidatos exponham seus programas com sincera transparência e com realismo, e não desacreditem à pessoa de seus adversários".

Seguidamente, ecoou a recente declaração da Conferência Episcopal, recordando que entre os valores que devem defender quem pretende dirigir o Chile "é imprescindível a promoção da aliança matrimonial, que une um homem a uma mulher, e da família que dela nasce, como deste modo o respeito à vida da concepção, passando por todas as etapas de seu desenvolvimento, até a morte natural".

Do mesmo modo, assinalou, "é absolutamente necessário que proponham políticas públicas que sejam realmente favoráveis à vida das famílias e ao aumento da natalidade nelas, no país com a taxa de fecundidade mais baixa da América Central e do Sul, com as perigosas conseqüências que surgem das tendências anti-natalistas".

Para os chilenos, continuou, "a família é seu grande tesouro. Com razão nossa constituição protege a vida que está por nascer e apóia a família. E para que todos os cidadãos tenham uma vida digna, necessitamos que os candidatos nos revelem seu compromisso resolvido e seus planos para superar a miséria, e para fomentar vigorosamente o desenvolvimento humano e econômico, a fim de cortar eficazmente a dolorosa brecha que distancia os ganhos dos chilenos, e contribuir a uma maior eqüidade social, protegendo aos mais fracos e apoiando a geração de fontes de trabalho digno e estável".

O Cardeal Errázuriz também alentou os candidatos a darem a conhecer suas políticas em uma série de temas como a luta contra a pobreza, a educação e o livre acesso à mesma, os desafios sociais como a dependência de drogas e a reabilitação de encarcerados, entre outros.

"Procuramos o melhor para a vida humana das gerações atuais e futuras. Deste modo muito nos importa a ecologia humana, como também a solidariedade fraterna com outras nações, sobre tudo, com os países vizinhos e com os que enfrentam graves dificuldades. Desejamos dar graças a Deus no futuro, reconhecendo os lucros dos governantes e parlamentares que sejam escolhidos em vista ao bem do Chile".

Fazendo referência à celebração do Bicentenário da independência que se celebra em 2010, o Cardeal fez votos para que "cresça o carinho por nossa Pátria e por nossa identidade, e nossa vontade de construí-la como irmãos".

Finalmente, o Arcebispo de Santiago assinalou que "é assombrosa a abundância de dons que com esforço e gratidão foram postos sobre a mesa de nossa história. De coração desejamos que ninguém fique à margem dela, e que o Chile seja cada vez mais uma mesa para todos, de maneira que todos vivamos com gratidão a Deus e aos irmãos, com alegria e esperança, com justiça e paz".