A Conferência Episcopal da Costa Rica deu a conhecer hoje um comunicado no qual rechaça "em todos seus extremos" o projeto de lei que busca uma modificação constitucional que deixa de estabelecer que a religião do país é a religião católica; assim como a intenção de eliminar a palavra "Deus" dos juramentos oficiais.

Os bispos explicam que este projeto de lei proposto pelo "Movimento por um Estado Laico na Costa Rica" se "'enuncia' como remédio para guardar a liberdade religiosa dos habitantes do país" quando em realidade o que estão fazendo os que pertencem a este grupo é aproveitar "esta oportunidade para impulsionar sua própria agenda".

Alguns deles e de forma insistente, indicam os prelados, "manifestaram-se opostos aos valores do Evangelho e da ética cristã que a Igreja ensina. Seu marcado interesse particular, obstaculiza-lhes a busca do autêntico bem comum e lhes desautoriza como supostos defensores da liberdade religiosa no país".

Os bispos asseguram logo que a atual Constituição "permitiu, historicamente, uma sã, respeitosa e equilibrada colaboração entre o Estado e a Igreja em aras do desenvolvimento integral de nosso país. Afirmar o contrário é ignorar a história".

Ao comentar o desejo deste grupo de suprimir o nome de Deus do juramento constitucional, os prelados indicam que esta pretensão "evidencia um doloroso secularismo, totalmente oposto ao conceito de justa autonomia da comunidade política e da Igreja, e entendido como a exclusão de Deus e da fé dos âmbitos públicos, reduzindo esta a um simples intimismo".

Por isso, acrescentam, "os preconceitos anti-religiosos, os interesses particulares e o relativismo moral são expressão de uma miopia que nega todo valor à dimensão transcendente e vivencia da fé cristã".

Finalmente e antes de recordar que sempre denunciarão e se oporão a qualquer projeto que "fira o nosso povo", os bispos da Costa Rica afirmam que "nossa oposição ao chamado projeto se fundamenta na defesa de princípios e valores que favoreçam uma autêntica democracia, e não na busca de supostos privilégios pois, 'uma democracia sem valores…se torna facilmente em uma ditadura e termina traindo o povo'".