Robert Fanish, o jovem cristão de 19 anos que tinha sido injustamente encarcerado depois da violência que levou a extremistas islâmicos na província de Punjab (Paquistão) a incendiar uma igreja católica, foi assassinado na prisão onde se encontrava. Os bispos deste país e um grupo protestante solicitaram ao governo uma investigação pública deste fato.

A família Fanish foi tomada por surpresa quando o cadáver do moço, com diversos golpes no torso e nos braços, foi tirado do cárcere esta terça-feira.

O funeral, que logo se converteu em protesta e que foi disperso pela polícia local, reuniu a umas três mil pessoas que chegaram a se despedir deste jovem que sofreu as conseqüências dos atos de uma mulher muçulmana, que se opunha à relação que ele sustentava com sua filha.

Em represália e valendo-se da chamada lei anti-blasfêmia, a mãe teria rasgado umas folhas do Corão –que se paga com cadeia perpétua– para jogá-las na porta da casa do jovem gerando assim as agressões dos extremistas que incendiaram uma igreja católica. Depois destes fatos, Robert tinha sido encarcerado.

Em declarações à organização internacional católica Ajuda à Igreja Necessitada (AIN), o Pe. Andrew Nisari, Vigário Geral da Arquidiocese de Lahore, à cuja jurisdição pertence a zona onde ocorreram os fatos, assinalou que "cada um de nós está furioso pelo que aconteceu com Robert".

"Para nós está claro além que a polícia tem feito 'justiça' com suas próprias mãos e o mataram", denunciou.

O sacerdote também explicou que a situação dos cristãos no Paquistão "está cada vez pior. Há uma onda de intranqüilidade em todo o país em que as pessoas estão usando cada oportunidade que têm para pressionar os cristãos".

O Pe. Nisari disse ademais que a Comissão Nacional Católica de Justiça e Paz, com sede em Lahore, também exigiu ao governo uma investigação pública do assassinato.

AIN explica em sua nota que está colaborando nos esforços por reverter a lei anti-blasfêmia.