O Arcebispo de La Plata, Dom Héctor Rubén Aguer, questionou a atitude dos pais e de alguns empresários de estabelecimentos noturnos, a quem qualificou de "mercadores sem alma", ao referir-se à problemática do excesso de álcool que deriva em gestos de violência protagonizados por jovens de distritos portenhos.

"São os pais os que descuidaram uma responsabilidade fundamental, logo estão esses mercadores sem alma, que são os donos discotecas, todo mundo sabe que isso é um negócio onde se põe em risco a saúde física, psicológica e espiritual dos jovens", advertiu em declarações radiais.

O Prelado platense assegurou que "este é um fenômeno que está saindo do leito e terá que retornar para seu lugar devido". Do mesmo modo, considerou que "o problema fundamental passa por como se pensa a vida de um jovem", embora admitisse que "não se deve generalizar, porque não acredito que todos os jovens estejam apanhados pela cultura das discotecas".

Depois de afirmar que "isso de passar a noite em claro, dois ou três dias por semana, é uma coisa insana", opinou: "não acredito que logo se possa trabalhar ou estudar em forma". Dom Aguer qualificou de "complexa" a problemática derivada da noturnidade, embora insistiu em que "terei que colocar as coisas em seu devido lugar".

Entretanto, reconheceu que "não sei se será tão simples [fazer] que estes negociantes reconheçam que não devem vender álcool ou outras 'coisinhas' que todos sabemos que circulam em algumas discotecas”.

"A noite não é para divertir-se todo o tempo, é uma questão educativa que depende, acima de tudo, da família. Eu suspeito que muitos pais de família são tão adolescentes como seus filhos", asseverou.

As críticas do Arcebispo platense se conhecem quando o governador portenho, Daniel Scioli, decide intensificar os controles ao consumo de álcool na via pública e busca acordar com os empresários da noite medidas para restringir o consumo destas bebidas.