A polícia do Egito, país majoritariamente muçulmano, prendeu nos últimos dias ao menos 150 cristãos acusados de "interromper" em público o jejum do mês do Ramadã islâmico, atentando assim contra sua liberdade religiosa.

A denúncia a fez o diretor do movimento liberal cristão do Egito, Samwel Alashay, cristãos copto, quem indicou que estas detenções são "inconstitucionais porque as leis egípcias garantem a total liberdade" das pessoas.

As detenções se teriam dado quando a polícia localizava a algum destes cristãos comendo em alguma rua durante o dia. Alguns foram postos em liberdade depois do pagamento de uma fiança de 500 liras egípcias, mais ou menos cem dólares.

Conforme indica uma nota do L'Osservatore Romano, o movimento liberal cristão enviou uma carta ao Ministério do Interior em que solicita questionar aos oficiais da polícia responsáveis pelas detenções. "O fato que altas autoridades da polícia cumpram estas detenções é um sinal grave para os muçulmanos em geral e para os cristãos em concreto, porque transforma o país em um estado de tipo talibã" com uma interpretação rígida da religião islâmica.

Do mesmo modo, diversas organizações convocaram mediante a rede Facebook a um protesto pacífico permanecendo em suas casas e vestindo-se de negro, iniciativa à qual já se uniram ao menos três mil cristãos.