O Prefeito da Congregação para o Clero, Cardeal Claudio Hummes, assinalou que existem sacerdotes que têm um encontro "insuficiente e superficial" com Cristo e assim transformaram seu ministério em "numa espécie de profissão eclesiástica, que desenvolvem como funcionários que aprenderam a fazer a função" um trabalho.

Assim o indicou o Cardeal no IV Simpósio do Clero do Portugal realizado com o tema "Reaviva o Dom que há em ti", conforme indica L'Osservatore Romano com informação recolhida da agência Ecclesia.

No simpósio realizado em Fátima, o Cardeal alentou aos mais de 800 sacerdotes participantes a serem missionários e a nutrirem a própria espiritualidade cada dia. Para isto é necessário "manter um contato assíduo com a Palavra de Deus, viver uma vida de oração autêntica que inclua a liturgia das horas e a devoção Mariana, celebrar cotidianamente a Eucaristia como centro da vida ministerial e recorrer regularmente ao sacramento da Confissão", explicou.

O Prefeito disse além que todo sacerdote deve "viver em comunhão eclesiástica com o Papa, o Bispo e o presbitério, dedicar-se total e incansavelmente ao ministério pastoral e ao esforço missionário e evangelizar, ser um homem de caridade, irmandade, bondade, perdão e misericórdia com todos, ser solidário com os pobres mostrando-se como seu defensor e amigo e contemplando neles aos preferidos de Deus".

O Cardeal também denunciou que a cultura atual "promove uma descristianização, bastante visível, na maioria dos países cristãos, especialmente no Ocidente".

Neste contexto, disse o Cardeal brasileiro, também diminuiu o número de vocações como o de sacerdotes, já seja por falta das primeiras ou por "influxo do ambiente cultural que se vive". Entretanto, assegurou, "não devemos nos desalentar nem ter temor da sociedade atual, nem tampouco condená-la simplesmente".

Ser pastores e guiar à comunidade: esta é a identidade que Cristo quis para o sacerdote e a que todo presbítero deve olhar. É uma tarefa urgente sobre a que, explicou o Cardeal, "os últimos pontífices não se cansaram de insistir".

Dado que atualmente existe "um novo paganismo", o Prefeito concluiu ressaltando que não é suficiente que "procuremos manter o rebanho existente. “Não podemos limitar-nos a atender e evangelizar as pessoas que nos procuram na Igreja e na casa canônica”.