O Sistema Informativo da Arquidiocese do México (SIAME), pediu aos membros do Congresso da União deixar de legislar de costas à cidadania e de atentar contra as liberdades fundamentais, porque isso pode gerar lideranças messiânicas que sentem as bases de um perigoso autoritarismo.

Em um recente editorial com ocasião da nova legislatura, o SIAME advertiu que "seguir atentando contra as liberdades pode propiciar lideranças messiânicas que apregoem ser salvadores da humanidade e que, longe de fortalecer um congresso plural que represente a diversidade cultural e ideológica dos cidadãos, assentará as bases de um perigoso autoritarismo cuja cabeça não serão 500 ‘iluminados’, mas um pequeno punhado de pessoas".

O texto indicou que existem muitos desafios a favor dos mexicanos. Entretanto, nos últimos três anos os cidadãos "foram testemunhas de uma grande indiferença" de parte dos legisladores "e de um duríssimo embate à sua liberdade de expressão -sobre tudo em matéria política- pelo qual inclusive a Igreja Católica sofreu convocações constantes a sacerdotes e bispos que se atreveram a opinar sobre assuntos sociais que foram interpretados como temas políticos".

O SIAME reafirmou que a liberdade de expressão, a liberdade religiosa, o amparo constitucional do direito à vida, elevar "a nível constitucional o referendum e o plebiscito como meios de controle e participação cidadã, e que os partidos políticos adotem uma cultura de render contas e resultados", são temas fundamentais para fortalecer a democracia.

"Se a câmara de representantes segue legislando de costas à cidadania, sem devolver o poder aos depositários originais -mediante os mecanismos de controle já mencionados- esta vai obscurecer-se cada vez mais e vai seguir sendo o longínquo reflexo do que algum dia foi o México sonhado", advertiu.