A Fundação Mexicana para o Planejamento Familiar (Mexfam), organismo dedicado à promoção da anticoncepção, expressou seu mal-estar por que ao menos 40 por cento dos professores lhes pedem promover a abstinência entre os escolares em vez de alentá-los a ter uma vida sexual ativa.

Em declarações ao jornal El Universal, Ivón Silva, coordenadora do programa Gente Jovem do Mexfam assinalou que muitos diretores e professores "pedem-lhe promover a abstinência antes que o uso do preservativo e que preferivelmente não falem de erotismo durante a repartição das conversas de orientação sexual".

Mexfam leva 40 anos promovendo a anticoncepção no México e admite que esta é a época em que mais acesso existe aos preservativos, entretanto as cifras da Pesquisa Nacional de Juventude demonstram que ao menos 35 por cento dos adolescentes começam precocemente a ter relações sexuais não usa preservativo por uma singela razão: não querem fazê-lo.

Apesar de que as cifras demonstram que a abundância de informação e o acesso maciço aos preservativos –no país existem dezenas de campanhas que dão profiláticos grátis– não dão os resultados esperados, Mexfam e outros grupos que compartilham a agenda anti-vida não pretendem escutar os professores.

Enquanto os professores pedem campanhas que alentem os jovens a pospor o início de sua vida sexual até a maturidade, estes grupos insistem em transmitir a mesma mensagem: tenham relações sexuais mas usem preservativo. Desde 1997, o fracasso destas campanhas causou milhares de gravidezes precoces e ao menos 35 mil jovens infectados com o HIV.