O Arcebispo de Manágua, Dom Leopoldo Brenes, assinalou que "não tememos a morte" ante as distintas ameaças por parte de desconhecidos que foram feitas a Dom René Sándigo, Bispo de Juigalpa; Dom Juan Abelardo Mata, Bispo de Estelí e Dom Bernardo Hombach, Bispo de Granada; depois dos distintos chamados dos prelados da Nicarágua a favor da paz e o afastamento da violência.

Em dias passados, Dom Arbusto, que é também o Vice-presidente da Conferência Episcopal, recebeu uma mensagem que dizia textualmente: "esta vez você não escapa, vamos fazer você dormir por meter-se em coisas que não lhe dizem respeito".

Depois destas ameaças, Dom Brenes chamou à tranqüilidade e manifestou que os bispos seguem trabalhando normalmente, pois "as nossas vidas estão nas mãos do Senhor". Logo depois de assinalar que as ameaças não lhes preocupam, insistiu aos líderes políticos e à sociedade a praticar a tolerância, pois é lamentável ver os atos de violência que ocorreram em dias anteriores no átrio da Catedral de Manágua.

"Estamos muito comprometidos com o ano sacerdotal, e isto nos teve ocupados todo o tempo. Também nos estamos preparando para os cem anos da Arquidiocese, por isso é importante que se fortaleça o trabalho espiritual. Os sacerdotes não têm nenhuma linha partidária e isso nós o defendemos", disse o Prelado.

Logo depois de manifestar que desconhece se é que existem mais sacerdotes que receberam ameaças por Internet, o Arcebispo explicou que "no clero não houve nenhuma inquietação e todos seguimos trabalhando, e não sabem de qual grupo provêm estas mensagens ameaçadoras". Reiterou que lhes subtrairão importância a estas mensagens, pois Dom Arbusto e Dom Sándigo já expuseram suas denúncias e seguem trabalhando com os fiéis.

Finalmente o Prelado, quem nestes dias celebrou 35 anos como sacerdote, disse que é necessário que todos no Nicarágua trabalhem para obter o bem comum e deixar atrás a violência. "Esses pleitos nos atrasam. Somos uma família pequena, e como pastor estas situações me doem". Deste modo exortou aos líderes sociais e políticos a "deixar-se guiar pelo Espírito Santo" e que suas ações sejam frutos de paz, de justiça e de reconciliação.

Referindo-se depois ao seu aniversário, Dom Brenes expressou que "onde o Senhor queira que eu esteja, aí vou estar. O lema de meu escudo é ‘Vós me enviastes’, e eu me sinto como um enviado do Senhor".