O vaticanista italiano Sandro Magister assinala que o paganismo, especialmente em países como a China e Índia onde a evangelização é ainda incipiente, gera o desprezo pela vida de maneira concreta com o aborto e o assassinato de recém-nascidos. Para explicá-lo apresenta um artigo e um livro sobre a política abortista que na China exige que as famílias tenham um só filho.

Em sua habitual coluna, Magister se refere a um livro escrito pelo chinês Harry Wu, que atualmente vive nos Estados Unidos e preside a Laogai Research Foundation, que acaba de aparecer na Itália, "precisamente quando o parlamento aprovou, em 15 de julho, uma moção que comprometia ao governo italiano a apresentar à assembléia geral da Organização das Nações Unidas uma resolução contra o aborto como instrumento de controle demográfico e para confirmar o direito de toda mulher a não ser obrigada a abortar".

O livro, que em sua versão em italiano se chama "Matança de inocentes: A política do filho único na China", faz um balanço desta política anti-vida que se instaurou no país asiático em 1979, quer dizer há 30 anos.

Seguidamente Magister explica que "sobre tudo fizeram eco do livro na Itália dois jornais: o Avvenire, de propriedade da Conferência Episcopal, e o jornal Il Foglio, dirigido por Giuliano Ferrara, um intelectual não católico, muito comprometido na defesa da vida da criança por nascer e em promover uma moratória internacional contra o aborto".

Magister comenta logo que o interessante artigo "mostra que a matança das crianças por nascer e dos infantes não é prerrogativa só da China das últimas décadas, mas sim a acompanham muitas civilizações no lapso de milênios. Existia na antiga Roma pagã. Existia na China dos séculos passados. Existe na Índia de hoje. A expansão missionária do cristianismo freqüentemente o encontrou em seu próprio caminho".

Hoje, prossegue, "o aborto e o infanticídio voltam a ganhar terreno também no Ocidente. São moeda corrente do 'novo mundo' propugnado por especialistas em bioética como Peter Singer. Aparece em leis como a da eutanásia para crianças até os doze anos na Holanda".

"Os êxitos e os fracassos da expansão do cristianismo freqüentemente têm seu revés precisamente na prática desta matança", conclui.

Para ler o artigo de Francesco Agnoli publicado no IL Foglio titulado "Moratório contra os novos pagãos" analisado por Magister, ingresse em: http://chiesa.espresso.repubblica.it/articolo/1339690?sp=e