O Coordenador do Movimento Cristão Liberação (MCL), Oswaldo Payá Sardiñas, advertiu à Organização das Nações Unidas (ONU), à Organização de Estados Americanos (OEA) e ao Grupo do Rio, que seu silêncio as converte em cúmplices das torturas que sofrem os detentos políticos e de consciência nos cárceres cubanos, cujo único delito foi pedir eleições livres na ilha.

"Ariel Sigler, Antonio Díaz, José Daniel Ferrer e Alfredo Domínguez e dezenas de prisioneiros de consciência, estão encarcerados por reclamar pacificamente os direitos que as organizações mencionadas proclamam diariamente", expressou Payá em uma carta aberta ao Presidente da Assembléia Geral da ONU, Miguel Descoto; e ao Secretário Geral da OEA, Miguel Insulza.

No texto assinalou que as torturas físicas e psicológicas que sofrem os prisioneiros são conhecidas por todos os governos latino-americanos e, entretanto eles o "silenciam". Payá afirmou que esta situação é conhecida por Descoto, "mas não só o silencia, e sim celebra e apóia o regime de não direito existente em Cuba. Isto é sabido muitos membros da OEA, mas estes covardemente calam. Isto sabem os membros do Grupo do Rio e se fazem cúmplices da opressão que sofre o povo de Cuba".

O texto recorda o caso do Ariel Sigler Amaya, líder de um movimento defensor dos Direitos humanos, "reduzido ao limite do aniquilamento físico enquanto segue submetido a tratamento sádico por seus carcereiros".

Também se refere a Antonio Díaz Sánchez, um dos líderes do MCL "confinado em uma cela de isolamento, uma jaula, na Prisão de Canaletas" em condições desumanas, assim como os casos de José Ferrer e Alfredo Domínguez, detentos na Prisão Provincial de Tunas, e que realizam uma greve de fome "em protesta pelas humilhações às que são submetidos".

"Esta situação de tortura física, de trato cruel e degradante e de encarceramento injusto e arbitrário de pessoas que não cometeram delito algum deve ser denunciada imediatamente na ONU, na OEA e no Grupo do Rio", expressou Payá, quem criticou o Governo de Cuba por levantar "a voz em foros internacionais para exigir para outros povos os direitos que negam ao seu próprio povo", como são as eleições livres tal como propõe o Projeto Varela.

O líder do MCL pediu às nações "exigir que seus governos não sejam cúmplices da opressão em Cuba", e advertiu aos governos "que suas declarações, documentos e múltiplas cerimônias, rolam no lodo da História e carecem de força moral porque seu afã pela justiça será falso enquanto silenciem e apóiem a opressão que sofre o povo cubano".