O Bispo de Limón, Dom José Rafael Quirós, chamou o diálogo e a negociação entre o Governo e representantes sindicais para superar o problema portuário gerado por uma possível concessão do porto de Limón.

"Dado que, no caso dos trabalhadores da Junta de Administração Portuária e de Desenvolvimento da Vertente Atlântica (JAPDEVA), não só entra em jogo o futuro de pessoas concretas e de suas famílias, mas também o desenvolvimento da Província, cai por seu peso o fato que, intrinsecamente, exista a obrigação de um diálogo amplo, onde a maioria tenha a liberdade de expressar-se e ser escutado para que, finalmente, se possa chegar a um acordo", expressou o Prelado.

Em uma mensagem, o Bispo pôs ênfase na importância do diálogo e a negociação para alcançar o bem comum. Recordou que a Doutrina Social da Igreja destaca o direito dos trabalhadores a associar-se em sindicatos como meio para defender seus direitos. Entretanto, esclareceu que não se trata de um direito absoluto "e devem haver regulações para seu são exercício".

Os sindicatos, assinalou, devem evitar cair na tentação "de aproveitar uma posição de força para impor, sobre tudo pela greve, -cujo direito como meio último de defesa, fica certamente reconhecido-, condições muito onerosas para o conjunto da economia ou corpo social, ou para tratar de obter reivindicações de ordem diretamente política".

Por isso, chamou aos cristãos que pertencem aos sindicatos da província de Limón a impregnar tais instâncias "do espírito de eqüidade e caridade, e que os princípios que os animem antes que, simplesmente, ideológicos, respondam aos altos ideais que orientam sua vida como crentes".

"Quero motivar aos sindicatos em sua luta por alcançar a justiça social sem perder de vista o bem comum de toda a sociedade e, de uma vez, insisto-lhes a retomar seu papel educativo, desenvolvendo nos trabalhadores a consciência da dignidade e a vontade de obter sua justa promoção e a de todos, como irmãos", expressou.