Numerosas organizações de defesa da vida convocaram tanto as autoridades como o público, a bloquearem uma linha Telefônica que, burlando as leis do país, oferece informação sobre como realizar abortos caseiros.

A linha, criada por radicais abortistas associadas com o "Navio da Morte" da organização holandesa "Women on Waves", assinala que pretende informar as mulheres sobre como abortar através de medicamentos que se vendem com outros fins no país, especialmente a droga misoprostol, que se comercializava originalmente como protetor gástrico, até que foram demonstradas suas propriedades abortivas quando se consome em altas concentrações.

O número telefônico, que começou a funcionar a partir da sexta-feira passada, é o 15 6664 7070.

A linha abortista, que se ampara no "direito à informação", embora quebre inumeráveis leis referidas à contribuição ao delito, é a posta em prática da militante abortista holandesa Rebecca Gomperts, quem em dezembro de 2004 ditou uma conferência em Buenos Aires sobre o uso de medicamentos para abortar "de maneira segura".

Verônica Marzano, porta-voz de diversas organizações de mulheres lésbicas e feministas na Argentina, assinalou que a iniciativa da linha Telefônica abortista é "regional e surge logo depois de que Women on Waves articulasse linhas de assessoramento em outros países da região como o Equador e Chile".

"Agora chega à a Argentina e a tarefa da fundação foi basicamente fazer a parte do treinamento, o assessoramento e brindar apoio para lançar a linha Telefônica", adicionou.

Segundo Jorge Vinacur, Presidente da Sociedade Argentina de Obstetrícia e Ginecologia, "o misoprostol é um abortivo ineficiente. Muitas mulheres morrem ou ficam seriamente prejudicadas por utilizá-lo". "Qualquer dos métodos e as tecnologias que se utilizem para o aborto ilegal está relacionada com as mortes maternas por esta causa”, adicionou.

A "linha da morte" que está atendendo todos os dias da semana, pode ser "posta fora de serviço se todos chamarmos e, educadamente, fizermos-lhes saber do dano que fazem", assinalaram porta-vozes de organizações pró-vidas locais que solicitaram seu bloqueio às autoridades.