A Associação para a Defesa do Direito à Objeção de Consciência (ANDOC), advertiu a mudança de postura do Governo sobre a distribuição da pílula do dia seguinte, logo que o Secretário Geral de Saúde, José Martínez Olmos, assinalasse que estas podem ser entregues também pelas farmácias e sem necessidade de uma prescrição.

Através de um comunicado, ANDOC recordou que em 2004 o Governo emendou uma norma que propunha a distribuição da pílula do dia seguinte sem receita e através das farmácias.

"Não se pode deixar em mãos das farmácias a entrega, esta deveria ser feitas em centros de saúde e hospitais. Estamos falando de medicamentos e é necessária a intervenção de um médico", expressou a então porta-voz de Saúde do PSOE na Comissão de Sanidade, Carmen Montón. O Governo, através de seus funcionários, reconhecia que o fármaco "tem efeitos adversos" e que era necessária uma prescrição antes de sua entrega.

Entretanto, recentemente Martínez Olmos indicou que a informação que devem brindar os farmacêuticos não deve ter emparelhado "nenhum tipo de controle", pois "clinicamente, não estão demonstrados seus danos para a saúde, por isso não requer de um seguimento nem de uma capacitação específica dos profissionais".

"Em quais informes ou documentação científica se apóia a Sanidade para concluir que já não é necessária a prescrição, quando a ‘composição’ da pílula, ao parecer, não variou desde 2001?", perguntou ANDOC.

Para a associação, as afirmações do funcionário "podem dar uma idéia de como se pode reduzir a tão celebrada ‘responsabilidade farmacêutica’ na dispensa deste fármaco. Entre os profissionais sanitários está cada vez mais estendida a convicção de que esta medida de Sanidade tem pouco ou nada a ver com critérios terapêuticos".