O grupo "A Gallinaire" atribuiu-se as pinturas de diversas Igrejas de Barcelona onde se podiam ler lemas anarquistas e revolucionários como "Embora não arda, a Igreja fede", "Revolução" ou "Stop abusos sexuais do clero" aludindo à comemoração dos 100 anos da Semana Trágica.

Conforme explicou à Televisão Europa Press, Silvia, vizinha do bairro e freqüentadora da paróquia, a ação dos anarquistas é "estúpida e uma falta de respeito e só pretende chamar a atenção". Julia se mostrou descontenta, já que não acredita que "sujar paredes seja a melhor forma de expressar-se, existem formas melhores".

As pinturas foram realizadas por um grupo autodenominado "A Gallinaire" que se atribuiu no domingo as pinturas através de um comunicado, que estava encabeçado pelo lema "a luta continua". O comunicado emitido elogiava o espírito da Semana Trágica, que cumpriu seus 100 anos de história no domingo.

Por sua parte, o Arcebispado de Barcelona comunicou, em uma nota informativa que lamenta profundamente este tipo de expressões e recordou que o direito à liberdade religiosa e de culto dos cidadãos é um direito fundamental recolhido na Constituição espanhola.

Os Mossos d'Esquadra investigam o caso que até o momento não cursou nenhuma denúncia a respeito, embora não descartam que isto ainda se possa produzir. Segundo o grupo, as pinturas se fizeram em uma vintena de Igrejas da capital catalã.

A Semana Trágica de Barcelona em 1909 foi uma protesta revolucionária que se originou como um movimento contrário à chamada de reservistas do exército por parte do Governo central para lutar na guerra de Rif, no norte de Marrocos e acabou com a queima de várias Igrejas, entre outros incidentes.