Em uma entrevista concedida à ACI prensa, o Cavalheiro Supremo dos Cavalheiros de Colombo, Carl Anderson, explicou que a nova encíclica social do Papa Bento XVI, Caritas in veritate, não deve ser manipulada politicamente em agendas de interesses particulares; mas sim deve ser entendida como a perspectiva da Igreja quanto ao desenvolvimento integral do ser humano.

No diálogo da terça-feira pela manhã, Anderson, líder da maior organização católica de leigos do mundo, deplorou as manipulações daqueles que "tratam de mover as coisas em uma direção ou outra" e precisou que o "leitor católico deve revisar toda a encíclica" para entender os fundamentos antropológicos que a sustentam.

Depois de comentar que o que esta encíclica faz é "deixar muito claro que existe uma ética consistente na Igreja Católica porque existe uma perspectiva consistente sobre a pessoa humana", o Cavalheiro Supremo ressaltou que este documento não promove nenhuma ótica política "conservadora" nem liberal".

"Acredito que essa é precisamente a maneira equivocada de ver a encíclica. Por isso acredito que Bento XVI estaria muito decepcionado se esse é o tipo de análise que lhe damos. O que temos que fazer é ler a encíclica pensando nas coisas que podemos aprender dela, que poderíamos mudar nossa maneira de fazer nosso trabalho, como resultado de sua leitura; e não andar pensando se valida ou não a posição de alguém”; o que não tem nenhuma base considerá-la "de direita ou esquerda", indicou.

Carl Anderson também disse à ACI prensa que como cristãos católicos "temos que ir mais adiante se queremos ver verdadeiramente com os olhos do Evangelho. Porque há um Evangelho anterior à esquerda e à direita; e haverá um Evangelho depois delas".

Deste modo manifestou que "realmente temos uma obrigação moral de ajudar quem necessita" e que portanto "não somente devemos aplicar o que é ensinado pelo Papa na ética, mas sim devemos aplicá-lo consistentemente a todas as coisas que fazemos".

Logo depois de comentar que não podemos "deixar toda a responsabilidade para o domingo pela manhã", Anderson animou os católicos a "pôr esses ensinos em prática! Encontremos maneiras de fazer que a encíclica nos permita fazer a diferença!"

"Quem está no governo tem uma responsabilidade, quem está no setor privado também, e todos temos que trabalhar juntos por uma ética e uma atitude consistentes para tratar de solucionar os problemas", concluiu.