Ao cumprir-se hoje um ano de sua liberação depois de seis anos de seqüestro nas mãos das FARC, a ex-candidata presidencial da Colômbia, Ingrid Betancourt, solicitou a este grupo terrorista a liberdade de todos os seqüestrados e precisou que "a guerrilha não pediu permissão ao governo para seqüestrá-los, tampouco deve pedir permissão para liberá-los".

Em declarações à Radio Caracol, Betancourt comentou que "durante muitos meses estive em silencio por muitos motivos, em uma reflexão, pensando o que posso fazer, que mais posso fazer. Eu sofro muito com a situação de meus companheiros seqüestrados".

Seguidamente indicou que "não podemos ser instrumentalizados pela guerrilha, que têm feito do seqüestro sua carta de apresentação. Através da infâmia do seqüestro obtém sua publicidade e não podemos entrar nesse jogo, é um jogo macabro".

"Há inimigos complementares, a cada qual serve que o outro exista. Para mim é muito doloroso pensar que meus companheiros estejam sendo triturados nessa engrenagem de morte. O único que posso fazer é falar", lamentou.

Para Betancourt "a liberação de nós (14 em total) não pode justificar o fechamento da página. Por isso estou falando com vocês, o mundo deve saber que nossos companheiros seguem lá seqüestrados, 12, 13 anos em cativeiro".

Betancourt também disse que enquanto estava seqüestrada "nunca a perdi a fé, porque eu sabia que o que me aconteceu, Deus tinha coordenado de algum jeito em sua agenda, lá em cima. Então eu tinha essa certeza".

Agora, disse também, "levanto-me pelas manhãs e abro os olhos, vejo um teto em cima de mim, observo todas as coisas normais e todas as manhãs dou graças a Deus".