Em meio de grande controvérsia, os iraquianos da região do Kurdistão decidirão se permitem ou não a criação de uma pátria para os cristãos no norte do Iraque, quando participarem em um referendum sobre a nova constituição.

A proposta de constituição para o Kurdistão foi condenada por 50 representantes do parlamento nacional, mas igual será submetida à consulta popular.

Para o parlamentar Ossama al-Nujaifi, a proposta de constituição do Kurdistão é incompatível com a carta magna federal, porque daria ao parlamento do Kurdistão poderes maiores que os do legislativo nacional de Bagdá.

Entretanto, o documento –acusado de promover o nacionalismo Kurdistão – também poderia abrir o caminho a uma pátria para os cristãos na região.

O polêmico texto reconhece formalmente o grupo étnico "caldeu siro assírio" ao que pertencem muitos cristãos, assim como o direito a uma regra autônoma em áreas onde um grupo étnico represente à maioria.

Em declarações a Ajuda à Igreja Necessitada do Iraque, o sacerdote Bashar Warda explicou que a proposta de constituição "asseguraria que as minorias tenham todos seus direitos culturais, religiosos e demais" mas "a autonomia seria concedida somente se a pedirmos, pois não seria dada automaticamente".

A idéia de uma pátria cristã não tem o respaldo de todos os cristãos no Iraque, pois alguns grupos temem o eventual isolamento da comunidade cristã em espécies de guetos.

O Padre Warda sugere que a melhor forma de resolver as diferenças é através do processo político.