O Prefeito da Congregação para o Clero, o Cardeal brasileiro Claudio Hummes, qualificou a pedofilia como "um crime terrível"; reconhece que afeta a quatro por cento dos sacerdotes e precisa que "não há lugar no ministério sacerdotal para as pessoas que cometeram estes crimes".

Em uma entrevista em Roma com a revista Vida Nova recolhida pela agência Europa Press, o Cardeal assinala que a Igreja "não pode fechar os olhos" perante este problema, ao mesmo tempo em que recalcou que "não há lugar no ministério sacerdotal para as pessoas que cometeram estes crimes".

"A Igreja não pode aceitar os casos de pedofilia; os culpados devem ser castigados tanto com as leis civis como com as canônicas", manifestou, embora quis deixar claro que a maioria do clero "não tem nada a ver com estes problemas".

Assim, disse que a Igreja "deve reagir e não aceitar" que seja esta a imagem do sacerdote católico, formada, conforme disse, "com um preconceito negativo muito forte que humilha e fere a imensa maioria dos sacerdotes".

Além disso, o Cardeal Hummes aborda também a questão do celibato, que uma percentagem de sacerdotes "não respeita". Em qualquer caso, insistiu em que a maioria de sacerdotes são "homens dignos e honrados", que "se esforçam pela dignidade humana, pelos direitos humanos, a justiça social e a solidariedade com os pobres".

Ano Sacerdotal convocado por Bento XVI

Sobre o ano sacerdotal convocado pelo Papa Bento XVI, o Cardeal Hummes diz que "veio em um momento propício" e insiste aos sacerdotes a viverem sua missão e vocação "na cultura imperante do Ocidente, que está contra a religião e considera que deve estar relegada à esfera privada da pessoa".

Em qualquer caso, disse que "não se deve demonizar a cultura atual e formar guetos"; em contra, aposta por que esta sociedade "seja evangelizada, como ocorre com qualquer outra cultura".

"Temos que confrontá-la com alegria, determinação, convicção e entusiasmo. Inclusive o homem e a mulher pós-modernos e afastados da religião podem abraçar a Jesus Cristo", precisou,

Do mesmo modo, o Cardeal espera que a celebração especial deste ano sirva para que se elevem o número de vocações ao sacerdócio. "Se formos capazes de oferecer aos sacerdotes melhores condições para que sejam mais felizes, os jovens que sentem o chamado ao sacerdócio estarão mais decididos", concluiu.