Caritas Internacional informou que a pobreza e o sofrimento na região de Darfur e em todo o sul do Sudão alcançaram a níveis tão altos que a população vive em uma permanente crise humanitária.

Os líderes da Igreja Católica no Sudão, os membros do Caritas e alguns doadores se reunirão no Vaticano esta semana para discutir uma melhor resposta humanitária coordenada.

Cáritas advertiu que a insegurança cresce em Darfur e no sul do Sudão, enquanto se elevam os riscos de desestabilização da região e se alcançam maiores níveis de sofrimento.

Entre os assistentes à entrevista de Roma estão Dom Vicente Mojwok, Presidente do SUDANAID (Caritas Sudão), Dom Paulino Lukudu, o bispo Eduardo Kussala de Tombura Yambio, Dom Antonio Menegazzo, de Obeid (Darfur) e Dom Daniel Marco Kur Adwok, Bispo Auxiliar de Jartum.

Dom Kussala explicou à Cáritas que "o Sudão se enfrenta com muitas provocações. Há uma crise humanitária. As pessoas não têm acesso à assistência sanitária, educação, água e amparo ante os altos níveis de violência".  

"Cáritas e a Igreja são a única fonte de educação, saúde e serviços sociais em muitos lugares", indicou o Bispo e assinalou que a reunião de na próxima semana "tem como objetivo criar uma estratégia comum para prestar ajuda na forma mais eficaz".

Estima-se que nove de cada dez pessoas no sul do Sudão vivem com menos de um dólar ao dia. No ano 2007, o sul do Sudão tinha a maior taxa de mortalidade materna do mundo - com 2.030 mulheres falecidas por cada 100 mil nascimentos.  

No sul se mantém uma frágil paz e a metade dos quatro milhões de refugiados que fugiram dos combates retornaram a seus lares.

Em Darfur morreram 300 mil pessoas e 2,7 milhões fugiram da zona pelo conflito armado. Somente nos nove primeiros meses de 2008, fugiram 290 mil pessoas da área.

Cáritas trabalha no Sudão brindando ajuda de emergência, bem-estar social e desenvolvimento, oferecendo mantimentos, moradia, água potável, assistência sanitária, assessoramento, atividades de consolidação da paz e educação.