O Arcebispo do México, Cardeal Norberto Rivera Carrera, recordou que a Igreja Católica tem a obrigação de não alinhar-se com os partidos políticos mas esclareço que isto muitas vezes é usado para silenciar a voz dos católicos no âmbito público.

Conforme informou o SIAME, ao enclausurar uma visita pastoral a III Vicaría Episcopal, o Cardeal Rivera assinalou que a Igreja Católica tem "a obrigação e a responsabilidade" de não intervir em políticas partidárias "mas se as políticas de um partido não coincidem com nossos princípios… pior para o partido".

Ao meditar sobre a instrução de Jesus "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus", o Arcebispo do México explicou que "com freqüência" esta frase é tirada de contexto e até mutilada por interesses particulares.

"Dar a César o que é de César nos indica que devemos nos submeter a leis e mandatos que contribuam ao bem-estar social" mas "com esperteza excluem da frase original a parte ‘e dar a Deus o que é de Deus’. A Deus não se menciona, se exclui e não dá direito a Deus nem a quem creia nele", indicou.

O Arcebispo pediu que "por isso, com ocasião e sem ela devemos - e não temos que ocultá-lo- proclamar nossa fé, nossos princípios e crença".

Nesse sentido, precisou que os membros da Igreja Católica, leigos, religiosas, sacerdotes, bispos e até ele mesmo, são pressionados para que não exerçam seu direito de livre expressão.

"Continuamente somos assustados de que já não podemos falar neste tempo (de campanhas eleitorais) sobre o que nos é próprio, nosso credo, nossa crença", afirmou.

O Cardeal recordou que "para ter direitos também se deve ter obrigações" e acrescentou que a Igreja Católica no México sempre procurou cumprir com o que as obrigações adquiridas desde 1992 lhe exigem como Associação Religiosa e que, pelo mesmo, existem condições para exercer livremente seus direitos.