O Arcebispo de Sevilha, Cardeal Carlos Amigo Vallejo, assegurou que "o melhor que se pode fazer é esquecer quanto antes" as declarações nas que a ministra de Igualdade, Bibiana Aído, afirmou que "um feto de 13 semanas não é um ser humano".

Respondendo às perguntas dos jornalistas em Jaén depois da polêmica criada como resultado das citadas manifestações, no marco da reforma da lei do aborto, o Cardeal insistiu em que a vida humana é "inegociável desde sua concepção até sua morte natural" e tudo o que lhe afete deve ser cuidado "com um respeito minucioso".

"Quando a valorização da pessoa, em qualquer fase de sua existência diminui, nós podemos temer o pior, porque é o valor mais apreciável e quando esse valor é rebaixado todo o resto se derruba", sublinhou.

Neste sentido, também aludiu ao anúncio do Governo sobre a dispensa da pílula do dia seguinte em farmácias e sem receita médica e o qualificou de "uma coisa um tanto absurda", sobre a que a Conferência Episcopal já se pronunciou em contra. "Qualquer prática abortiva do tipo que seja é completamente rechaçada", precisou.

Igualmente, o Cardeal se referiu a um dos aspectos mais discutidos do anteprojeto da nova normativa, o da possibilidade de que as jovens de 16 anos possam abortar sem conhecimento dos pais. Assim, mostrou-se cortante ao indicar que "não se pode acontecer por cima dos pais e da família de maneira nenhuma".

"Os pais tem uns direitos sobre seus filhos e, sobre tudo, umas grandes responsabilidades. Não se pode atuar dessa maneira, sem escutar os pais, sem proteger os direitos e responsabilidades dos filhos. A filha com 16 anos pode abortar, mas e a dor que levarão toda a vida os pais?", questionou.