No marco da 88º Assembléia Plenária da Conferência Episcopal Chilena, o presidente do organismo, Cardeal Francisco Javier Errázuriz, insistiu em que o governo deveria facilitar a inscrição dos matrimônios religiosos e lamentou a demanda de divórcios no país.

Em declarações ao jornal La Tercera, o Cardeal disse não estar surpreso pelas primeiras cifras oficiais do divórcio no Chile. Na quinta-feira passada, quando entrou em vigor a lei que permite o processo de divórcio no país, registraram-se 52 solicitudes.

"Contava com elas. Sempre é assim. Há pessoas que esperam e se apresenta uma quantidade grande. O que é surpreendente é que não se trata só do primeiro mês, mas sim muitas vezes se mantém uma cota alta. Assim foi em muitos países", lamentou o Cardeal.

Na reunião que tiveram em Ponta de Tralca, os bispos chilenos analisam o tema do divórcio e preparam uma Carta sobre a Família que chamará os católicos a proteger esta instituição.

Sobre a lei de matrimônio civil que permitiu o divórcio no Chile e permite aos chilenos inscrever seu matrimônio religioso como único enlace no país, o Cardeal insistiu em que se facilite o processo de inscrição.

"Terá que refletir sobre o decreto de lei do Registro Civil, que data de 1930 e que, portanto, não considera responsabilidades atuais. Espero que o governo tenha compreensão de adequar alguns pontos da lei à nova situação", indicou o Cardeal Errázuriz. Faz uns dias publicou um comunicado no qual detalhava os obstáculos que a mesma lei apresenta a quem quer registrar seu matrimônio civil.

O Cardeal, que este ano entregará a presidência do Episcopado a um sucessor ainda não eleito, mostrou-se satisfeito pelo trabalho cumprido em dois períodos e antecipou que deixar este cargo lhe permitirá dedicar-se a preparar a V Conferência do Episcopado Latino-americano que se celebrará em Roma, como Presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM).