O diretor da Fundação Vida (FV), Manuel Cruz, denunciou que a medida da Ministra de Saúde da Espanha, Trinidad Jiménez, ao dispensar a pílula do dia depois (pdd) sem receita, procura “publicitar a nova Lei do Aborto”.

Cruz explicou que com a pretensão de “reduzir as estatísticas de intervenções poderão presumir que sua mudança normativa reduziu as interrupções de gravidez, quando, em realidade, trata-se de um fármaco abortivo”.
O diretor do FV também criticou a atitude do Ministério de insistir “em promover medidas irresponsáveis para as mulheres. Reconhecem o risco que tem ao ser um medicamento hormonal, mas incitam a seu consumo”.

“O que medidas vai tomar o ministério de Saúde para evitar que se produza um abuso por parte de muitas jovens, que verão nela um método anticoncepcional cômodo e seguro, quando é abortivo, e lhes privará do conselho autorizado de um médico?”, questionou.

Do mesmo modo, Cruz pediu ao Ministério que “dê toda a informação possível sobre os efeitos adversos deste fármaco. Que se avise de que na Perúgia, vários farmacêuticos denunciaram que as gravidezes extra-uterinas são mais comuns entre as mulheres que consumiram a pdd”.

“Se o objetivo é melhorar a saúde sexual dos jovens, tampouco acertou a ministra com sua decisão, posto que, entre 2001 e 2005, sua dispensa não reduziu o número de abortos e sim aumentou a prática de relações de risco, já que, segundo dados do Sistema de Enfermidades de Declaração Obrigatória, elevaram-se a 79% as infecções por sífilis e 45,8% as infecções não gonocócicas, acaso é isto o que pretende o Governo?”, adicionou.