Os bispos da Nicarágua pediram ao Governo de Daniel Ortega que não se repita o caso da carta que ofendeu a Igreja no país, acusando-a de corrupta, escrito pelo assessor da presidência Orlando Núñez Soto e que foi enviado a um correio eletrônico da primeira dama, Rosário Murillo.

O documento titulado “Relação entre a Igreja e o Fronte Sandinista”, foi distribuído na sexta-feira 30 de abril desde um correio eletrônico do Governo nicaragüense e foi atribuído a um assessor presidencial. Murillo atribuiu este texto e seu envio a “hackers de luxo”.

Entretanto, segundo a imprensa local, a empresa de Internet IBW, que dá serviço ao escritório de imprensa da Presidência, disse que a segurança do site não foi vulnerada, por isso a mensagem “saiu” do correio “a Nicarágua Triunfa”, que usa Murillo.

Logo depois das explicações do Governo sandinista, o Presidente da Conferência Episcopal do Nicarágua e Arcebispo de Manágua, Dom. Leopoldo Brenes, disse que “espera que não se repitam estas séries de coisas, porque o que trazem são muitas tensões”.

Em declarações a um canal local, o Prelado disse que a elucidação do Governo é um “fato positivo”. “Nesse sentido é bom que o Governo tenha dito algo ao respeito”. Dom Brenes assegurou que as relações entre o Executivo e a Igreja no país são “cordiais”.

Entretanto, o Bispo de Estelí, Dom  Abelardo Mata, mostrou-se insatisfeito com a explicação. Advertiu que “é um assunto muito delicado e não é que queiramos ser mal intencionados, mas a nota explicativa devia ter sido imediata”. Por sua parte, o Bispo de León, Dom René Viva, disse à imprensa que o documento distribuído “supõe uma atitude contra a Igreja”.