Ao dirigir-se às vítimas do sismo do passado 6 de abril e ao pessoal que se dedica às tarefas de socorro nos Abruzos, o Papa Bento XVI, neste último 28 de Abril,  expressou sua solidariedade com eles e assinalou que "este lugar, consagrado pela oração e pelo pranto das vítimas, representa de alguma forma o símbolo de sua firme vontade de não ceder ao desalento".

Na Praça da Escola da Polícia de Finanças, onde o Cardeal Bertone, Secretário de estado Vaticano, celebrou os funerais pelas numerosas vítimas do sismo "recolhe hoje as forças dedicadas a ajudar a L'Aquila e Abruzzos a ressurgir logo dos escombros do terremoto", disse logo o Papa. "Esta visita, que desejei levar a cabo do primeiro momento, quer ser um sinal de minha proximidade a cada um de vós e da fraternal solidariedade de toda a Igreja", acrescentou.

"Efetivamente, como comunidade cristã constituímos um só corpo espiritual e se uma parte sofrer, todas as demais parte sofrem com ela; e se uma parte se esforça por levantar-se, todos participam de seu esforço. Quero lhes dizer que me chegaram manifestações de solidariedade convosco de todos os lugares. Numerosas altas personalidades das Igrejas Ortodoxas têm me escrito para assegurar sua oração e sua proximidade espiritual, enviando, além disso, ajuda econômica".

 

Seguidamente o Pontífice sublinhou "o valor e a importância da solidariedade que, embora se manifeste particularmente em momentos de crise, é como uma brasa sob as cinzas. A solidariedade é um sentimento altamente cívico e cristão e dá a medida da maturidade de uma sociedade. Na prática se manifesta nas obras de socorro, mas não é sozinho um eficiente mecanismo organizativo: tem uma alma, uma Paixão que se deriva da grande historia civil e cristã de nosso povo, seja que se manifeste de forma institucional ou no voluntariado".

 

Depois de assinalar que "o trágico evento do terremoto convida à comunidade civil e à Igreja a uma reflexão profunda", o Papa recordou que na Páscoa, quando "celebramos a morte e a ressurreição de Cristo levando na mente e no coração sua dor, rezando para que as pessoas afetadas não percam nem a confiança em Deus nem a esperança. Mas também, como comunidade civil, é necessário fazer um sério exame de consciência para encarregar-se, em todo momento, das próprias responsabilidades. Com esta condição, L'Aquila (a águia), voltará a voar, embora agora esteja ferida".

Finalmente o Santo Padre invocou o amparo da Virgem de Roio, muito venerada na zona, sobre "todas as localidades afetadas pelo terremoto" e depois de cantar o Regina Coeli depositou aos pés dessa imagem uma rosa de ouro. Terminado o ato, Bento XVI retornou em automóvel ao Vaticano.