O Papa Bento XVI percorreu no dia 28 de Abril a região italiana dos Abruzzos levando carinho, consolo e ânimo aos sobreviventes do sismo que no dia 6 de abril devastou a área, com um saldo de 300 mortos e milhares de feridos.

 

O Santo Padre chegou à zona em automóvel e não em helicóptero, devido ao mau tempo. Sua primeira escala foi Onna, "um dos centros que pagou um alto preço em vidas humanas", onde visitou quem vive em lojas de campanha detrás ter perdido seus lares.

"Desde o primeiro momento eu os acompanhei de perto; segui com apreensão as notícias, compartilhando seu medo e as suas lágrimas pelos defuntos, junto com as trepidantes preocupações pelo que perdestes em um instante. Agora estou aqui entre vós; queria lhes abraçar com afeto a cada um”, afirmou o Pontífice.

 

Adicionou que “toda a Igreja está aqui comigo, junto aos seus sofrimentos, participando de sua dor pela perda de familiares e amigos, desejosa de lhes ajudar a reconstruir casas, Igrejas, empresas destruídas ou gravemente danificadas pelo terremoto. Admirei e admiro a valentia, a dignidade e a fé com que confrontastes esta dura prova, manifestando grande vontade para não ceder diante das adversidades".

 

Depois de reconhecer os desconfortos que supõe viver "fora de casa, ou nos automóveis, nas lojas, sobre tudo a causa do frio e da chuva", o Papa manifestou seu desejo de que sua “pobre presencia” seja “um sinal tangível do fato de que o Senhor crucificado, que não lhes esquece, ressuscitou e não lhes abandona; não é surdo ao grito preocupado de tantas famílias que perderam tudo: casas, economias, trabalho e às vezes também vidas humanas. Certamente, sua resposta concreta passa através da nossa solidariedade, que não se pode limitar à emergência inicial, mas sim deve ser um projeto estável e concreto no tempo. Animo a todos, instituições e empresas, a que esta cidade e esta terra ressurjam".

 

O Santo Padre também ofereceu "umas palavras de consolo" sobre as pessoas falecidas pelo sismo. "Estão vivos em Deus e esperam de vós um testemunho de valentia e de esperança. Esperam ver renascer sua terra, que deve voltar a adornar-se de casas e de Igrejas, belas e sólidas. O amor permanece por cima do passo da nossa precária existência terrena, porque o Amor verdadeiro é Deus. Quem ama vence, em Deus, a morte e sabe que não perde a quem amou", indicou e leu uma oração especial pelas vítimas do terremoto.

 

Logo, dirigiu-se à Basílica do Collemaggio, em L'Aquila, onde rezou uma breve oração ante a urna de São Celestino V, Papa, -uma das poucas coisas que se  conservam neste templo depois do terremoto- e deixou como sinal da sua participação espiritual o pálio que foi-lhe imposto na Missa de início de seu pontificado.

 

Bento XVI se deteve a seguir frente à Casa do Estudante, onde faleceram vários jovens a causa do sismo. Ali saudou brevemente a um grupo de universitários que se alojavam neste lugar.

Ao meio dia, o Santo Padre chegou à Praça da Escola da Polícia de Finanças, onde saudou os prefeitos e os párocos das 49 prefeituras mais afetadas pelo terremoto, e teve um encontro com a população e os voluntários.