O Arcebispo de Concepção, Dom Ricardo Ezzati, explicou que a crise econômica que afeta ao país e ao mundo, tem profundas raízes morais e assegurou que os responsáveis pela economia global devem “pôr toda sua inteligência para procurar a verdade que conduza ao desenvolvimento verdadeiro”.
Ante a marcha de milhares de trabalhadores ao centro de Santiago contra as demissões em massa, o Arcebispo explicou que a crise “é um manejo das finanças e a economia em discordância com as leis fundamentais que a têm que reger, que são a ética e a moral”.
“Se eu olho onde teve origem esta crise e analiso o primeiro fato e fundamental, encontro-me com uma ação que é imoral: a especulação com o dinheiro de outros; investimentos enormes sem base e respaldo; o desejo de ganhar a custa de outros”, indicou.
Do mesmo modo, assinalou que se “pode dizer com certeza que esta crise foi anunciada pelo Papa Bento XVI um ano antes em sua encíclica ‘Spe salvi’, quando advertiu que as bases sobre as quais se estava produzindo o crescimento e desenvolvimento do mundo estavam equivocadas e que levariam a fracasso”.
Segundo Dom Ezzati,  “a crise moral se deve a uma crise de fé na inteligência humana, porque a razão humana esta chamada a procurar a verdade, como uma obrigação ética. Mas não basta encontrá-la, também se deve segui-la. Por isso os responsáveis pela economia mundial têm uma grande tarefa, pôr toda sua inteligência para procurar a verdade que conduza ao desenvolvimento verdadeiro”.
Ao redor de doze mil trabalhadores marcharam na quinta-feira pela capital chilena, em um protesto pelas crescentes demissões e maior proteção social por parte do Estado.