Esta semana termina em Santiago a investigação sobre a surpreendente cura de Verônica Stoberg, uma mãe chilena a quem os médicos não davam oportunidades de sobreviver a um quadro fatal de preclampsia e hemorragia em sua quarta gravidez. Seu marido e filhas atribuem o caso ao beato espanhol Faustino Míguez, fundador do Instituto Calasancio Filhas da Divina Pastora.
Conforme informou o Serviço de Notícias Missionárias OMPress, nesta sexta-feira 17 de abril o Arcebispo de Santiago, Cardeal Francisco Javier Errázuriz celebrará a clausura do processo de investigação do provável milagre.
Em 10 de setembro de 2003, Verônica Stoberg se encontrava na 36 semana de gravidez. Essa tarde sentiu uma forte dor abdominal, pressão alta e episódios de perda de consciência. Embora pensou que se tratava de um parto prematuro, no hospital lhe diagnosticaram preclampsia e lhe praticaram uma cesariana de emergência.
Nas horas seguintes, Verônica apresentou um quadro de estouro hepático com uma grave hemorragia que não podia ser controlada, insuficiência renal, insuficiência hepática, problemas neurológicos e falha multiorgánica. Os médicos esperavam sua morte.
No sábado 13 de setembro, seu marido Pedro Núñez e suas três filhas, todas alunas do colégio Divina Pastora da Florida, em Santiago de Chile, chegaram até a capela da escola a rezar pela vida de Verônica diante da imagem do Beato Faustino Míguez.
Em poucas horas, Verônica apresentou uma inexplicável melhoria e ao cabo de umas semanas sua recuperação era total, sem seqüelas, para surpresa dos médicos que a atenderam.
Sua vida
Manuel Míguez nasceu em Xamirás, uma aldeia de Acevedo do Rio, Celanova, na província de Orense, Espanha, em 24 de março de 1831. Foi o quarto filho de uma família cristã, cresceu em um ambiente de profunda fé, solidariedade com os mais necessitados e responsabilidade no trabalho.
Aos 16 anos decidiu começar seus estudos para ser sacerdote e o faz segundo a espiritualidade espírito de São José de Calasanz.
Em 1850 ingressou no Noviciado das Escolas Pias de São Fernando, em Madri, e tomou o hábito escolapio com o nome de Faustino da Encarnação.
Logo depois de sua ordenação sacerdotal em 1855, foi enviado a Cuba onde se dedicou à formação de mestres e logo retornou a Espanha onde continuou dedicando-se à educação.
Destacou como professor de ciências naturais e viveu sua consagração a Deus na entrega aos meninos e jovens com preferência os mais pobres e necessitados. Em Cuba observou o uso dos habitantes das plantas com fins terapêuticos e iniciou seus próprios experimentos, que continuaria logo na Espanha.
Fundou a Congregação de Filhas da Divina Pastora em 1885.  Três anos depois retornou pela segunda vez a Getafe, onde passou os últimos 37 anos de sua vida. Faleceu aos 94 anos, em 8 de março de 1925 e foi beatificado em 25 de outubro de 1998 pelo Papa João Paulo II.