O Presidente do Paraguai, Fernando Lugo, admitiu hoje ser o pai de Guillermo Armindo Carrillo Cañete, um menino que em maio fará dois anos de idade, fruto de sua relação com a jovem Viviana Carrillo, quem faz uns dias interpôs um processo por filiação ao mandatário.

O ex-bispo de São Pedro, seguidor da teologia marxista da libertação, admitiu do Palácio de Governo que teve uma relação com a jovem, a quem conheceu quando ele era Bispo de São Pedro e ela tinha 16 anos de idade, e além disso reconheceu ser o pai do menor, nascido em maio de 2007.

"Perante minha consciência e em homenagem a toda a população que depositou sua confiança em minha pessoa, manifesto com a mais absoluta honestidade, transparência e sentido do dever, em relação à polêmica suscitada por uma suposta demanda de filiação, é certo que houve uma relação com Viviana Carrillo", disse.

"Diante disso –prosseguiu– assumo todas as responsabilidades que pudessem derivar de tal fato, reconhecendo a paternidade do menino", indicou o Presidente em conferência de imprensa em Palácio de Governo.

Em sua demanda, Carrillo detalha os inícios de sua relação com Lugo quando ainda era Bispo e assegura que seguiu sendo seu parceiro durante a campanha eleitoral.

"Em 2006, ao tempo que o demandado se desempenhava como Diretor do Colégio do Verbo Divino de Assunção, mudei-me à capital a solicitude do mesmo, onde seguimos nos vendo, mas às escondidas porque ele era muito conhecido e como resultado de que começou a entrar na política, me visitando de vez em quando em São Lourenço (...), onde ia com uma Nissan Patrol do bispado ou com um automóvel Mercedes Benz cor negra polarizada que ele já tinha em São Pedro", indica a demanda.

Carrillo assinala também que "a gota que encheu o copo, a razão desta demanda, foi que a última vez que nos vimos, estando dentro de um veículo com o demandado, discutindo novamente pela desatenção do mesmo para com seu filho, e ao lhe assinalar que não podia ser que eu tivesse que mendigar todos os meses para que seu filho pudesse comer, e que aparentemente não o queria, deu-me um tapa na cara, me assinalando que jamais dissesse isso".

Fernando Lugo, que integrou a congregação dos missionários do Verbo Divino, renunciou em 2005 a ser Bispo da diocese de São Pedro. Pouco depois começou a encabeçar manifestações cidadãs e anunciou sua postulação às eleições de 2008. Em 2006 apresentou sua renúncia ao estado clerical, mas o Vaticano lhe pediu respeitar seu compromisso sacerdotal e abster-se de ingressar na política partidária.

Depois de ganhar as eleições do ano passado, em 30 de julho de 2008 Fernando Lugo perdeu o estado clerical, através de um decreto da Congregação para os Bispos em que também se lhe dispensava "dos votos religiosos feitos na Sociedade do Verbo Divino, da obrigação do celibato e das demais obrigações que o estado clerical comporta".