O Papa Bento XVI dedicou a Audiência Geral de hoje a falar sobre a Semana Santa, "que para nós os cristãos é a semana mais importante do ano”, e lembrou aos católicos que estes dias oferecem “a oportunidade de viver em profundidade os eventos centrais da Redenção, de reviver o mistério pascal, o grande mistério da fé”.

O Santo Padre explicou que Jesus "não quis usar seu ser Deus, sua dignidade gloriosa e sua potência como instrumento de triunfo e sinal de distância entre nós". "Por amor, quis "esvaziar-se de si mesmo" e fazer-se nosso irmão; por amor compartilhou nossa condição, a de cada homem e de cada mulher", indicou.

Bento XVI repassou as celebrações centrais destes dias e explicou que a Missa do Crisma é como "um prelúdio ao Tríduo pascal, que começa amanhã" pois "nela se renovam as promessas sacerdotais pronunciadas o dia da ordenação".

Esta celebração "tem este ano um significado particular, pois é como uma preparação ao Ano Sacerdotal, que convoquei com ocasião do cento e cinqüenta aniversário da morte do Santo Padre de Ars, e que se inaugurará em 19 de junho. Na Missa do Crisma "benzem-se o óleo dos doentes e o dos catecúmenos e se consagra o Crisma", indicou.

Do mesmo modo, assinalou que na missa da Quinta-feira Santa pela tarde, chamada "in  Coena Domini", "a Igreja comemora a instituição da Eucaristia, o sacerdócio ministerial e o mandamento novo -mandatum novum- da caridade, deixado por Jesus a seus discípulos". Este dia "constitui, portanto, um convite renovado a dar graças a Deus pelo dom supremo da Eucaristia, que se deve acolher com devoção e adorar com fé viva".

O Papa também afirmou que a sexta-feira Santa é o "dia da paixão e da crucificação do Senhor. A morte de Cristo recorda a dor e os males que recaim sobre a humanidade de todos os tempos: o peso esmagador do nosso morrer, o ódio e a violência que seguem ensangüentando a terra. A paixão do Senhor segue estando presente nos sofrimentos dos seres humanos".

Mas esclareceu que "se a sexta-feira santa é um dia cheio de tristeza, também é um dia muito propício para reavivar nossa fé, para consolidar nossa esperança e a valentia de levar cada um nossa cruz com humildade, confiança e abandono em Deus, seguros de seu apoio e de sua vitória".

Bento XVI destacou que "esta esperança se alimenta no grande silêncio do Sábado Santo, em espera da ressurreição de Jesus". Neste dia, "a Igreja vela em oração como Maria e junto a Maria, compartilhando seus mesmos sentimentos de dor e de confiança em Deus. recomenda-se justamente conservar durante toda a jornada um clima de recolhimento, que ajude à meditação e à reconciliação; anima-se aos fiéis a que se aproximem da sacramento da Penitência para poder participar renovados nas festas pascais".

Refirindo-se a solene Vigília Pascal, "mãe de todas as vigílias", o Papa Bento XVI recordou que nela "proclama-se a vitória da luz sobre as trevas, da vida sobre a morte, e a Igreja se alegra no encontro com seu Senhor. Deste modo entramos no clima da Páscoa de Ressurreição".

Finalmente, o Santo Padre convidou aos fiéis a "entrar com a Virgem Maria no Cenáculo, permanecendo aos pés da Cruz, velando idealmente junto a Cristo morto, aguardando com esperança o alvorada do dia luminoso da ressurreição".