O P. Hugo Valdemar, porta-voz da Arquidiocese do México DF, advertiu esta semana sobre o caráter “terrorista” do chamado do líder do culto à “Santa Morte” a uma “guerra Santa” contra a Igreja Católica.
David Romo Guillén, líder do culto à “Santa Morte”, especialmente popular entre narcotraficantes e criminais, chamou o fim de semana passado a uma “guerra Santa” contra a Igreja Católica logo que o Exército do México destruíra alguns templos do culto por considerá-los centros de reunião de criminais, especialmente na região norte do país.
“Só os líderes terroristas ou fundamentalistas chamam guerras santas, como Bin Laden ou os talibães, é uma pena que o senhor Romo se compare a um talibã ou a um terrorista chamando uma guerra Santa”, disse o Pe. Valdemar.
Depois da destruição dos 30 altares, Romo culpou da ação dos militares à Igreja Católica, a quem culpou porque vários bispos mexicanos advertiram contra este culto, assinalando-o como não cristão.
Esta segunda-feira, os seguidores da Santa Morte, encabeçados por David Romo, manifestaram-se frente à Catedral Metropolitana, carregando imagens da “Menina Branca”, o nome com o que denominam à imagem da morte, representada por um esqueleto vestido com uma túnica branca ou às vezes com vestido de noiva.
“Ninguém tem direito a chamar uma guerra, a uma rebelião, a um motim; até onde tenho entendido isso é um delito”, disse o Pe. Valdemar.
O sacerdote negou que a Igreja Católica tenha lançado uma campanha em contra do culto. “David Romo só anda procurando quem sobe ao ringue com ele”.
O porta-voz da Arquidiocese esclareceu que os bispos se limitaram a “esclarecer às pessoas que esta devoção é supersticiosa e que pode levar a práticas demoníacas; e que se deve ter muito cuidado porque não é algo insignificante ou inofensivo”.
O Pe. Valdemar assinalou além que a Semana Santa “é o momento menos adequado para fazer esse tipo de protesto de guerras santas, ou lutas; é um momento que deve haver respeito e paz”.
“A Santa Morte não tem nada que fazer frente à Catedral”, disse o sacerdote, ao assinalar que o líder da seita “deveria ir manifestar se para fora da Secretaria da Defesa Nacional ou à Procuradoria Geral da República porque tenho entendido que foram soldados do Exército quem destruiu os altares”.
Finalmente, o P. Valdemar chamou os fiéis católicos a não cair em provocações porque “não é legítimo enredar-se em brigas e muito menos em Semana Santa”.