O Bispo de Segorbe-Castellón, Dom Juan Antonio Reig Pla, afirmou nesta quarta-feira que a legalização da eutanásia "traria a corrupção da própria medicina e um retrocesso cultural" devido a que é um "homicídio" por parte da pessoa que a pratica e um "suicídio" do paciente que a reclama.

Dom. Reig Pla fez estas declarações durante uma conferência de imprensa em que apresentou a campanha contra a eutanásia que, sob o título “Toda uma vida para ser vivida”, está levando a cabo a Conferência Episcopal na Espanha “com o fim de promover uma série de verdades que afetam ao homem”.

"Não é uma campanha contra ninguém, mas sim a Igreja tão somente pretende educar os fiéis católicos,  ajudá-los com instrumentos sociais e oferecer nosso ensinamento aos que queiram escutar", particularizou.

Segundo o Bispo, a eutanásia é “imoral” porque afeta o direito à vida, e “anti-social” porque seleciona entre as pessoas que devem ter o direito a viver e as que não o devem. “Estamos a favor das medidas paliativas para remediar a dor física, mas nunca com aquelas que provocam a morte", explicou o Prelado.

Ao referir-se ao filme Mar Adentro, Dom. Reig Pla declarou tratar-se de um "canto à morte, quer dizer, a obsessão por morrer", e esclareceu que se trata de um "caso isolado", posto que, "nenhum dos tetraplégicos que existem na Espanha reclamam morrer, a não ser dispor dos meios adequados para viver e do carinho de suas famílias".

Do mesmo modo, o Bispo assinalou que nos países onde a eutanásia é legal, "está-se provocando um receio dos doentes e anciões em relação aos médicos, já que se cria a suspeita".

Por último, o Prelado negou que a Igreja pretenda um confronto com o Governo a respeito deste tema "pois só queremos prestar um serviço à sociedade com respeito a princípios fundamentais".