BOGOTÁ, 31 de mar de 2009 às 06:50
O Presidente da Conferência Episcopal a Colômbia (CEC), Dom Rubén Salazar, assinalou que a opção militar não foi nunca a solução aos conflitos em nenhuma parte do mundo e que o caminho que deve percorrer o país é o do diálogo político, no que também participe a sociedade.
“Estamos convencidos de que o conflito não tem solução pela via armada. Este tipo de conflitos jamais se solucionam militarmente. Não ocorreu em nenhum lugar do mundo, menos aqui na Colômbia, onde existem elementos como a presença do narcotráfico, que fazem que o conflito seja inacabável”, afirmou o Prelado em declarações ao jornal O Tempo.
O Presidente da CEC indicou que as condições no país mudaram e portanto um diálogo com a guerrilha não está condenado ao fracasso. “As condições mudaram e, precisamente, o êxito da segurança democrática do senhor presidente Uribe fez que as condições mudem. O diálogo se pode fazer agora, sem abandonar a política de segurança democrática”, afirmou.
Dom Salazar reconheceu que nestes momentos “não há nenhuma possibilidade de aproximação” entre o Governo e a guerrilha “porque as posições estão polarizadas”. Nesse sentido, explicou que “um dos objetivos que estamos procurando é precisamente esse: criar um ambiente dentro da sociedade colombiana de diálogo”.
Com respeito ao acordo humanitário para liberar aos seqüestrados, o também Arcebispo de Barranquilla indicou que se trata de um primeiro passo que deve “ficar em um contexto de solução geral do conflito”. “Terá que procurar um acordo que não seja somente solucionar o problema dos seqüestrados, mas sim seja solução para todo o conflito armado”, explicou.
O Prelado assinalou que “o país foi aprendendo que à guerrilha terá que mantê-la sempre a raia, mas terá que dialogar com ela. Isso é precisamente o que procuramos: que a guerrilha se veja forçada a dialogar porque não tem futuro militar”.
O Presidente do Episcopado afirmou que a Igreja quer trabalhar pela reconciliação e o perdão. “A Igreja não pode ficar marginada da construção da paz no país”, assinalou.
A entrevista completa se encontra em: