A Comissão Permanente do Episcopado Argentino, presidida pelo Cardeal Jorge Mario Bergoglio, lançou uma chamado nesta terça-feira a promover o diálogo perante o clima de conflito social com o fim de obter consensos que impeçam um estouro político.
Os bispos emitiram um comunicado ao cumprir-se cinco dias da greve agrária, que mantém bloqueadas as rotas do interior da Argentina.
O texto assinalou que embora “seja um fato que toda democracia padece momentos de conflito”, não se deve cair na tentação de recorrer ao fácil caminho de alimentar a confrontação. “O modo mais sábio e oportuno” de prevenir e abordar estes momentos “é procurar consensos através do diálogo”, indicou.
“Acreditam que este é o caminho a percorrer. Devemos voltar a afirmar neste difícil momento que ‘só o diálogo fará possível concretizar os novos acordos para projetar o futuro do país e um país com futuro’”, expressaram os bispos.
Do mesmo modo, lembraram que os interesses nacionais devem sobressair sobre os particulares e que a ameaça de possível crescimento da pobreza deve ser respondida com “gestões solidárias tanto do setor público como do privado. A Argentina só vai crescer com o esforço, a unidade e a solidariedade de todos os argentinos”.
“Pedimos a todos evitar as atitudes que nos enfrentem e dividam, e que como tais geram um clima de confrontação propício à violência. O momento atual reclama diálogos sinceros e transparentes, reconciliação dos argentinos e busca de consensos que fortaleçam a paz social”, exortaram.
Esta é a sétima greve agrária no que vai da administração de Cristina Fernández. O conflito entre o Governo e o campo se iniciou em março de 2008 quando se tentou impor um esquema tributário.