O coordenador do Instituto de Bioética da Universidade Católica Argentina (UCA), Pe. Rubén Revello, assinalou que as declarações do Papa Bento XVI sobre a luta contra o AIDS “são estritamente certas”, pois a realidade sobre a expansão deste flagelo as confirma.
Diante da polêmica suscitada por diversos meios de comunicação, o sacerdote argentino assinalou em um artigo que as declarações do Pontífice vão de acordo ao Magistério “e reafirmam uma linha de pensamento” proposto ao mundo “com a esperança de somar esforços que contribuam a vencer ao verdadeiro inimigo comum: o AIDS”.
Nesse sentido, lembrou que as declarações do Papa foram em resposta à pergunta de um jornalista durante o vôo a Camarões, quem lhe perguntou se confrontaria o tema da AIDS durante a viagem.
Depois de destacar as iniciativas católicas a favor dos doentes do SIDA, Bento XVI se referiu às campanhas de prevenção e indicou que “não se pode superar o problema do AIDS só com slogans publicitários. Se não estar a alma, se os africanos não se ajudarem, não se pode resolver o flagelo (do AIDS) com a distribuição de camisinhas: pelo contrário, o risco é o de aumentar o problema”.
“Ambas as afirmações são estritamente certas: um problema tão grave como o AIDS não se soluciona somente com publicidade. Esta poderá contribuir a criar consciência dos meios de contágio e da necessária prevenção para evitar os riscos, mas por si mesmo não basta para erradicar o mal”, assinalou o Pe. Revello.
Com respeito à distribuição de preservativos, o sacerdote argentino disse que a afirmação do Papa “tem sua confirmação na realidade. Baste para isso seguir, infelizmente, a crescente evolução da epidemia. Reduzir a prevenção do AIDS à distribuição maciça de preservativos, cria a falsa sensação de que assim se soluciona todo perigo de contágio”.
Nesse sentido, o Pe. Revello coincidiu com o Pontífice ao assinalar que é uma verdade “sólida” de que “uma profunda mudança de conduta, uma maior responsabilidade na vida sexual, e programas educativos a curto, médio e longo prazo, são mais eficazes” que o difusão do preservativo.
Do mesmo modo, o perito da UCA afirmou que Bento XVI foi “além” e propôs “a humanização da sexualidade, quer dizer uma renovação espiritual e humana que suporte um novo modo de comportar-se de uns com outros, e em segundo lugar, uma verdadeira amizade também e sobre tudo, com a pessoas sofredoras, a disponibilidade, com renúncias pessoais”.