CARACAS, 20 de mar de 2009 às 20:53
O Presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), Dom Ubaldo Santana, advertiu que a reforma da Lei de Descentralização que entrou em vigência hoje, prejudicará ao país porque a centralização do poder “nunca trouxe bem-estar a Venezuela”.
Em declarações a União Radio, o também Arcebispo de Maracaibo destacou que no estado de Zulia se teve “a oportunidade de ver a vantagem e bons resultados da política de descentralização”, por isso indicou que antes de tomar medidas, o Governo devia ter feito uma avaliação.
Os bispos, afirmou, “estamos seguindo com muita atenção à evolução a aplicação deste tipo de medidas que está revertendo completamente uma série de avanços obtidos em Venezuela nestes últimos 20 anos”.
Do mesmo modo, indicou que “como pastor e homem que serve e trabalha em uma região como Zulia, sinto o dever de emitir minha grande preocupação não somente pela medida que se está tomando, mas pela forma em que se aplica e as conseqüências negativas que traz” para o país.
Dom Santana também se referiu aos recentes conflitos trabalhistas e a ameaça feita pelo Presidente Hugo Chávez de usar às forças armadas. O Prelado chamou “à Força Armada e todos os poderes” a entender “que a colaboração é com o país e o povo, e é o bem e a paz e a boa harmonia entre todos os venezuelanos devem defender em primeiríssimo lugar”.
O Arcebispo advertiu que “é perigoso criar este clima permanente de imposição e de confrontação e conflito, a ameaça não leva senão a uma maior violência”.
A Assembléia Nacional, de maioria oficialista, aprovou a reforma da Lei de Descentralização, a qual entrou em vigor na quarta-feira, permitindo ao Governo de Chávez retomar o controle dos portos, aeroportos e vias de comunicação que considere de interesse nacional, e recortar as potestades regionais.