Em seu primeiro discurso em Angola, segunda etapa de sua viagem a África aonde chegou este meio-dia (hora local), o Papa Bento XVI alentou a "prosseguir pelo caminho da pacificação e da reconstrução do país e das instituições", tomando o caminho do diálogo "para superar toda forma de conflito".
Depois de saudar e escutar o discurso de bem-vinda do Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, o Papa lembrou a visita de João Paulo II a este país em junho de 1992, e ressaltou que ele, Bento XVI, provém da Alemanha, um país onde "a paz e a fraternidade são estimadas por todos seus habitantes, em particular por quantos como eu, conheceram a guerra e a divisão entre irmãos pertencentes à mesma nação por causa de ideologias devastadoras e desumanas, que sob a falsa aparência de sonhos e ilusões, faziam pesar sobre os seres humanos o jugo da opressão".
"Por isso, entenderão que seja sensível ao diálogo entre os seres humanos como caminho para superar toda forma de conflito e de tensão e para fazer de todas as nações –e portanto também de sua pátria– uma casa de paz e de fraternidade".
Seguidamente, o Santo Padre assinalou que "vosso território é rico; vossa nação é forte. Usai estas prerrogativas para favorecer a paz e o entendimento entre os povos, sobre a base da lealdade e a igualdade que promovam para a África aquele futuro pacífico e solidário que todos desejam e ao que tendes direito. Para eles vos suplico: Não vos rendais diante da lei do mais forte! Porque Deus concedeu aos seres humanos voar, por cima de suas tendências naturais, com as asas da razão e da fé. Se vos deixardes levar por estas asas, não vos resultará difícil reconhecer no outro a um irmão, que nasceu com os mesmos direitos humanos fundamentais".
Bento XVI lamentou que em Angola "haja ainda tantos pobres que reivindicam o respeito de seus direitos. Não se pode esquecer a multidão de pessoas deste país que vivem por debaixo da linha de pobreza absoluta. Não frustrem suas expectativas!".
"Trata-se de um trabalho enorme, que requer uma maior participação por parte de todos. É necessário envolver nela a toda a sociedade civil de Angola, para o qual é preciso que se presente mais forte e mais unida, tanto entre as forças que a compõem como também no diálogo com o governo. Para dar vida a uma sociedade verdadeiramente atenta ao bem comum são necessários valores compartilhados por todos".
O Papa concluiu precisando que o propósito da viagem a Angola é "me encontrar com uma das mais antigas comunidades católicas da África sub-equatorial, para confirmá-la em sua fé em Jesus ressuscitado e me unir às orações de seus filhos e filhas para que o tempo da paz, na justiça e na fraternidade, não conheça ocaso em Angola, lhe permitindo cumprir a missão que Deus lhe confiou em favor de seu povo e no concerto das nações".