O Cardeal Jorge Medina Estévez, Prefeito Emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, lembrou a seus compatriotas chilenos que “defender a vida é um direito irrenunciável” para a Igreja, logo que certa imprensa difundisse que os bispos locais poderiam mudar sua postura sobre o aborto terapêutico.
Em declarações ao programa “A Grande Manhã Interativa” de Radio Agricultura, o Cardeal Medina precisou que a Igreja não pode mudar sua postura em contra do aborto porque se trata da morte de um inocente.
“Qualquer forma de aborto é inaceitável. A Igreja nunca mudou sua postura. O aborto é a morte de um inocente. Os bispos vão defender a postura que a Igreja defendeu durante 20 séculos”, indicou.
Do mesmo modo, explicou que um político que se declara católico não pode legislar a favor do aborto, em alusão às recentes declarações do senador e ex-presidente Eduardo Frei a favor debater a descriminalização do polêmico aborto terapêutico.
O Cardeal assinalou que “se o debate que quiser (…) significa informar do porquê da posição da Igreja, não vejo nenhum problema. Mas se querem fazê-lo para depois legislar...isso não o pode fazer um presidente católico. Espero de qualquer candidato católico uma conduta assim”.
“Ninguém impede o debate. Mas que não se espere que de um debate haverá uma mudança de postura porque é como se negássemos nossa própria identidade. Defender a vida é um direito irrenunciável e intocável”, adicionou.
O Cardeal Medina precisou que “agora se fala de diálogo. Se por diálogo entende explicar as razões que tem a Igreja sobre os tipos de aborto, está bem, mas se a idéia é que a Igreja mude sua postura sobre o aborto, não a vai trocar jamais”.