Na meditação final dos exercícios espirituais que dirigisse para o Papa Bento XVI e a cúria vaticano, o Cardeal Francis Arinze ressaltou a necessidade de que os sacerdotes e bispos se retirem no caso de uma enfermidade longa que os afastasse de seu ministério e usar o tempo próximo à morte para meditar intensamente no que deve ser seu santo trânsito à Casa do Pai.
Em sua reflexão, o Cardeal nigeriano questionou: "Não chega talvez o momento no que quem serviu durante longo tempo a Deus e a Igreja, e agora não está bem, deve pedir ser substituído de suas grandes responsabilidades para permitir que quem goza de maior saúde tome o leme? Não é talvez um modo para permitir ao doente preparar-se melhor para o encontro com o Senhor?"
"Sem dúvida as pessoas próximas ao bispo diocesano ou ao pároco, quando estão doentes, duvidarão ao pronunciar a palavra demissão para não aparecer ingratos, mas não deveria talvez o doente mesmo confrontar a questão? Deste modo, seria tudo mais simples, tendo em conta o Código de Direito Canônico pede e admoesta ter sempre em mente que a salvação das almas deve ser a lei suprema da Igreja".
daqui o convite a refletir, antes de que chegue a enfermidade, sobre como comportar-se em qualidade de sacerdote ou bispo no caso de uma enfermidade suficientemente longa. "O que seria melhor que fizesse pelo bem da paróquia ou da diocese?", questionou o Cardeal.
Seguidamente o Cardeal animou aos presentes a preparar-se para o tempo próximo à morte e a refletir sobre a maneira em que esta deve confrontar-se.
Depois de lembrar todo o bem e o testemunho deixado por João Paulo II em seus últimos anos, ancião e doente, o Cardeal Arinze ressaltou que "não é supérfluo lembrar ao sacerdote ou ao bispo o que já sabem, quer dizer o sentido cristão da morte. Tal consideração os ajudará a viver com maior serenidade os momentos finais de suas vidas neste vale de lágrimas".
A morte do cristão "tem grande valor quando é vivida em união com Cristo. Além disso, a morte ensina a todos de modo peremptório a necessidade de deixar tudo, de seguir a Jesus".