A Conferência Episcopal Argentina (CEA) publicou uma carta em que afirma que só “um longo processo de conversão” da cidadania permitirá superar a crise que atravessa o país, cujas “raízes mais profundas são morais e culturais”.

A carta intitulada “Para aprofundar a pastoral social”, chama também os políticos a cumprir com o dever que têm no ressurgimento do país, abandonando “velhas práticas” através da conversão sincera e desinteressada ao bem comum”.

O Episcopado assinala que é mais comum ver como “nos aproveitamos das riquezas da pátria”, que encontrar  “cidadãos desejosos” do bem comum, por isso exorta a sociedade a viver “com espírito de justiça, veracidade, solidariedade, laboriosidade, procurando ser nela como o fermento da massa”.

Os bispos citam o “Barômetro da Dívida Social Argentina”, que, segundo o Episcopado, permite sentir a “deterioração sofrida por grandes setores” ao longo de décadas.

Este texto foi elaborado pela Pontifícia Universidade Católica Argentina e explica, para os bispos, que “a dívida social se compõe de privações que põem em grave risco o sustento da vida, a dignidade das pessoas e as oportunidades de florescimento humano”.

A carta, elaborada durante a 88ª Assembléia Plenária, afirma que o grave disto é que ocorre em “uma nação que tem condições objetivas para evitar ou corrigir tais danos”.

Ao referir-se à “a justa distribuição da terra”, os bispos assinalam que é preocupante sua concentração em poucas mãos, a situação dos aborígens, a deterioração do meio ambiente, assim como “o desaparecimento de milhares de médias e pequenas explorações agropecuárias”.

O documento indica que isto leva a milhares de argentinos a deixar suas terras para ir aumentar os bairros periféricos das grandes cidades.

Por sua vez, o Arcebispo de Resistência e Presidente da Comissão Episcopal de Pastoral Social, Dom. Carmelo Giaquinta, disse em uma coletiva  de imprensa que embora parece que o país está ascendendo, sair da crise “demandará muitos anos”.