O Arcebispo de La Plata, Dom Héctor Aguer, afirmou que os professores têm direito a um salário digno, mas lhes pediu procurar outra alternativa de reclamação que não seja a greve, porque esta prejudica aos alunos e não lhes dá um bom exemplo.

No programa semanal “Chave para um Mundo Melhor”, o Prelado, também Presidente da Comissão Episcopal de Educação Católica, lembrou que a base para a recuperação da educação argentina é “a relação do professor e do aluno, do professor e o discípulo”, porque sem ela “dificilmente o processo educativo possa funcionar como corresponde”.

O Prelado também se referiu à necessidade de recuperar “a dignidade que lhe corresponde ao papel do mestre”, que inclui salários dignos; entretanto, indicou que ameaçar com uma greve “se não acertarem sobre o salário, parece-me que se entende como atitude de trabalhadores da educação mas não de verdadeiros mestres”.

Dom Aguer assinalou as conseqüências que isto tem para a educação de crianças e jovens, não só “na materialidade dos dias de aula” que se perdem, “mas sim no que significa o exemplo que se está transmitindo”.

“Não é possível que os ‘trabalhadores da educação’ possam manifestar seus requerimentos de melhoras salariais de outra maneira que fazendo greve? Claro que é possível. As dificuldades que colocam às crianças e a suas famílias são inumeráveis, e o exemplo que se dá não é bom”, expressou.

“Isto não é nada mais do que uma expressão de desejo, mas me parece que terei que pensá-lo tudo muito bem”, acrescentou.

Em seu discurso breve, Dom Aguer assinalou que a Argentina requer “mestres que sejam pais e mães de seus alunos, e portanto pais e mães de futuras gerações”.